sexta-feira, 7 de novembro de 2008

MEC quer cursos de jornalismo de dois anos

O ministro da Educação, Fernando Haddad, quer que profissionais com diploma de nível superior em outras áreas possam fazer o curso de jornalismo em dois anos, o equivalente à metade da duração atual.Nos próximos dias, ele nomeará uma comissão de especialistas para rever as diretrizes curriculares nacionais que orientam o currículo das faculdades de jornalismo.Haddad falou ontem sobre o assunto ao dar posse à nova secretária de Educação Superior, Maria Paula Dallari Bucci.Ele afirmou que o jornalismo é uma das quatro áreas que estão na mira do Ministério da Educação por terem “conexão direta com a questão democrática”.As outras são medicina, direito e pedagogia.No caso das faculdades de jornalismo, porém, o MEC não pretende cortar novas vagas em cursos de baixa qualidade, como vêm fazendo no direito, na medicina e na pedagogia.O ministro enfatizou que a intenção de mexer nas diretrizes curriculares independe da discussão sobre a obrigatoriedade do diploma para jornalistas. Ele disse que a preocupação é com a qualidade da formação profissional:- Em países onde não há obrigatoriedade de diplomas, há boas escolas de jornalismo.A legislação brasileira exige que os jornalistas sejam formados na área, mas uma liminar do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, acabou com a exigência. O julgamento de mérito, em plenário, deverá ocorrer ainda este ano.O presidente da Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj), Sérgio Murillo de Andrade, é favorável à iniciativa do MEC, mas com uma condição: a recíproca deve ser verdadeira.Ou seja, jornalistas que queiram graduar-se em economia ou ciência política, por exemplo, também seriam beneficiados pelo aproveitamento de disciplinas e a menor duração do curso:- Se a regra for só para jornalismo, a proposta terá a nossa oposição. Seremos radicalmente contra. O jornalismo não é profissão inferior. Por que eu não poderia fazer economia, história da mesma forma?A nova secretária Maria Paula informou que a decisão de alterar as diretrizes curriculares cabe ao Conselho Nacional de Educação e ao MEC.
Folha Online

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