terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Aneel diz que conta de luz deve cair 4% em 2016

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou nesta terça-feira (2) que os consumidores brasileiros terão que contribuir menos neste ano com o fundo do governo que financia ações no setor elétrico, chamado de Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). Por conta disso, as contas de luz no país terão uma redução média de 4% em 2016.
O impacto dessa medida não é automático. Será mais rápido para uns e mais demorado para outros. Isso porque o consumidor vai sentí-lo quando a distribuidora que o atende passar pelo reajuste anual da Aneel. São 63 distribuidoras no país e os reajustes são analisados ao longo do ano.

O índice de redução de 4% também é a média para o país. Nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste será maior, de 4,5%. Essas três regiões, mais ricas, pagam a maior parte dos custos da CDE (80%) e, quando cai a necessidade de contribuição para o fundo, o impacto ali também é maior. Os consumidores dos estados do Norte e Nordeste, que pagam uma fatia de 20%, terão redução média de 1% na tarifa.
Orçamento
Nesta terça, a diretoria da agência aprovou o orçamento da CDE para 2016. No total, serão necessários R$ 19,385 bilhões para financiar as ações do fundo.
Esse dinheiro será gasto, por exemplo, no subsídio para conta de luz de famílias de baixa renda, pagamento de indenizações e a compra de parte do combustível usado nas termelétricas que geram energia para consumidores que vivem em algumas partes do Norte do país, onde não chega a rede nacional de linhas de transmissão de eletricidade.
Do orçamento total, os consumidores vão contribuir com R$ 12,947 bilhões, arrecadados via conta de luz. Esse valor, apesar de alto, é 31,5% menor que a contribuição de 2015: R$ 18,920 bilhões. É essa redução que vai permitir o barateamento das tarifas em até 4,5%.
Entre os principais custos da CDE em 2016 estão descontos tarifários, entre eles os concedidos a agricultores, que vão consumir R$ 6,1 bilhões; a compra de combustível para termelétricas de áreas isoladas da rede nacional de transmissão, que vai custar R$ 5,7 bilhões; e o subsídio à conta de luz de famílias de baixa renda, que vai exigir mais R$ 2,2 bilhões.
Sem repasse do governo
O governo federal, que registra déficit em suas contas devido à queda na arrecadação de impostos, reflexo da crise econômica, não vai contribuir para financiar as ações da CDE em 2016. Isso já havia acontecido no ano passado e ajuda a aumentar o impacto nas contas de luz dos brasileiros.
Em 2015, o governo chegou a prever o repasse de R$ 9 bilhões para cobrir parte dos custos da CDE, mas o repasse dos recursos acabou suspenso.
Além disso, em 2015 a Aneel aprovou uma revisão extraordinária das contas de luz, que na prática funcionou como um segundo reajuste no ano, para que as distribuidoras pudessem começar de imediato a arrecadação dos recursos para a CDE.
Desta vez, vai valer a regra que prevê o repasse para os consumidores quando da votação, pela Aneel, do reajuste já programado todos os anos para cada distribuidora.

Fonte: ORM News

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