sexta-feira, 18 de abril de 2014

Um mês após desaparecimento de avião, famílias têm esperança

Após um mês do desaparecimento do avião bimotor no sudoeste do Pará, familiares dos passageiros ainda mantêm a esperança de encontrá-los com vida. A aeronave desapareceu quando seguia de Itaituba para Jacareacanga, no dia 18 de março e transportava o piloto, um motorista e três técnicas de enfermagem que seguiam para uma aldeia dos índios Munduruku.
Cláudia Aguiar, irmã da passageira Luciney Aguiar (Foto: Luana Leão/G1)
Cláudia Aguiar, irmã da passageira Luciney Aguiar:
'Entregamos na mãos de Deus e estamos
confiantes' (Foto: Luana Leão/G1)
Na manhã desta sexta-feira (18), os familiares receberam a informação de que uma mancha de óleo foi encontrada em uma das regiões onde as buscas estão sendo feitas. De acordo Cláudia Aguiar, irmã da passageira Luciney Aguiar, a mulher do piloto do avião desaparecido, Luís Feltrin, estava sobrevoando a área na tarde de quinta-feira (17), quando avistou uma mancha de óleo que saía da floresta em direção ao rio.

A notícia aumentou a expectativa dos familiares que aguardam por uma resposta sobre o caso. “A gente mantém a esperança de encontrar eles com vida. Sabemos de pessoas que passaram 30, 45 dias perdidos na mata e foram encontradas com vida. Entregamos nas mãos de Deus, mas estamos confiantes”.
De acordo com o secretário municipal de Assuntos Indígenas de Jacareanga, Ivânio Nogueira, militares e voluntários seguiram para o local na manhã desta sexta-feira para averiguar o novo indício. "A equipe de voluntários e indígenas por terra e água já seguiu bem cedo hoje para lá e os dois aviões da FAB que estão aqui também sobrevoam. Ontem chegaram a ir, mas o tempo estava muito fechado e tiveram que retornar", explica.
Os familiares continuam recebendo as doações para arrecadar dinheiro, alimentos, botas, facões e material para auxiliar nas buscas que estão sendo feitas por voluntários na floresta amazônica. “Estamos recebendo alimentação e ajuda em dinheiro para enviar aos voluntários que já estão indo para a mata realizar as buscas. Todos os dias eles trabalham. Essa é a ajuda que temos”, diz Claúdia.
Mensagem 1 desaparecida (Foto: Luana Leão/G1)
Passageira enviou mensagem ao tio de dentro do
avião (Foto: Luana Leão/G1)
O comerciante Rubélio Santos, tio da técnica de enfermagem que chegou enviar SMS de dentro do avião, diz que a família vive a expectativa de receber boas notícias diariamente. "Mesmo passando um mês, o telefone não pode tocar que nós já ficamos com aquela ansiedade de receber uma notícia positiva. A nossa esperança é essa, de encontrá-los vivos. Eles podem estar perdidos naquela mata, é muito grande".
Sobre o indício de manchas de óleo encontradas na tarde de quinta-feira, ele ressalta que, apesar de terem surgido várias pistas ao longo do mês, a esperança renasce. "Nos apegamos muito com Deus e por ser um período que representa a ressurreição de Cristo, temos fé de que virão boas notícias, porque a esperança é a última que morre", destaca Rubélio.
Entenda o caso
A aeronave decolou do aeroporto de Itaituba às 11h40 do dia 18 de março e sumiu 1h20 depois de o piloto ter feito o último contato pelo rádio. Desde então, a Força Aérea Brasileira (FAB) realizava buscas na região. Além das buscas aéreas, voluntários, que incluem moradores de Jacareacanga, funcionários do Distrito Sanitário Indígena e indígenas da tribo Munduruku também procuram diariamento na mata.

A FAB chegou a anunciar a suspensão das buscas por tempo indeterminado, mas ao voltar para a base, em Manaus, a tripulação da aeronave teria avistado algo e decidiu retomar as buscas. O órgão militar informou ainda que a averiguação foi realizada sob condições meteorológicas não ideais e foi interrompida, mas em novas buscas, o avião continuou desaparecido. Um helicóptero e um avião da FAB estão em Jacareacanga auxiliando nas buscas.
De acordo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a situação da aeronave desaparecida, de matrícula PR-LMN, estava regular. A Inspeção Anual de Manutenção (IAM) e o Certificado de Aeronavegabilidade (CA) estavam em dia.
Fonte: G1

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