Uma lei federal determina que o tratamento dos pacientes com câncer
deve começar em 60 dias. Mas essa é uma realidade distante de quem
procura atendimento no Pará. A estimativa é de que 3.500 mil casos da
doença sejam registrados no estado até o final do ano.
Alexandra tem 16 anos e em fevereiro de 2011, um câncer na face mudou a
vida da adolescente. Em pouco tempo ela perdeu parte da audição e já
fez três cirurgias. Com a demora na assistência do estado, ela precisou
ir para São Paulo.
“Sempre digo que o câncer não dorme, não espera, se você não correr
contra o tempo, no caso da minha filha, é até perigoso você perder a
pessoa por conta de um atraso no tratamento", afirma a mãe da paciente,
Altair Nascimento.
Na próxima quarta-feira (28), com a ajuda de familiares e amigos, a adolescente volta a São Paulo para continuar o tratamento.
A presidente Dilma Rousseff sancionou na última sexta-feira (23) uma
lei de assistência aos portadores de câncer, que são atendidos pelo SUS.
De acordo com a norma, o tratamento desses pacientes deve começar em no
máximo 60 dias.
O câncer representa a segunda maior causa de morte no Brasil. Até o
final do ano, segundo o Instituto Nacional do Câncer, 523 mil casos
devem ser registrados no país, sendo 3.500 só no Pará.
Os tipos de câncer mais comum são de pele, próstata, mama e pulmão. Em
Belém, o Hospital Ophir Loyola é referência do tratamento. Três mil
pacientes são recebidos por dia. 500 continuam na fila de espera , por
no mínimo 100 dias, prazo para o primeiro atendimento. A demora faz com
que a doença se agrave.
Para o diretor do Hospital Ophir Loyola, Vitor Moutinho, cumprir essa
determinação vai ser um desafio pro estado. "Sempre se procurou diminuir
as filas. Sempre se procurou minimizar o tempo de espera do tratamento,
mas existem muitas dificuldades com relação a isso. As próprias
dificuldades inerentes aos processos burocráticos. Nós temos dificuldade
na aquisição de insumos, na aquisição e manutenção de equipamentos,
porque tudo passa por um processo licitatório", explica Moutinho.
Fonte G1 Pará
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