Deputados da Comissão Especial da Reforma Política aventaram nesta
quarta-feira uma solução incomum para tentar derrubar o relatório
elaborado pelo deputado Henrique Fontana (PT-RS), cujo eixo principal é o
financiamento público de campanhas.
Como não há consenso em torno dos pontos do relatório, houve quem
sugerisse uma votação de múltipla escolha para definir uma entre as 13
propostas catalogadas pela comissão para alterar o sistema eleitoral.
Assim, no primeiro momento, os deputados fariam sua escolha entre as
13 propostas e eliminariam a última colocada. Depois, repetiriam o
processo com as 12 restantes e novamente eliminariam a menos votada. Em
seguida, nova votação com as 11 remanescentes e assim por diante.
A sugestão foi apresentada pelo presidente do colegiado, deputado Almeida Lima (PPS-SE), e obteve apoio de outros parlamentares. “Se não consigo o ideal, vou tentar conseguir o possível”, justificou.
A sugestão foi apresentada pelo presidente do colegiado, deputado Almeida Lima (PPS-SE), e obteve apoio de outros parlamentares. “Se não consigo o ideal, vou tentar conseguir o possível”, justificou.
O Regimento Interno
da Câmara prevê que as votações desse tipo sejam feitas baseadas no
relatório, com a possibilidade de as divergências serem manifestadas em destaques
para votações em separado (DVS). Sob essa regra, o texto principal do
relatório de Fontana deveria ser votado e os pontos discordantes
avaliados individualmente, por meio de DVS.
A Secretaria Geral da Mesa, no entanto, informou que outras
possibilidades de votação, embora incomuns, são possíveis se houver
negociação política. O relator se manifestou contrário à alternativa e
defendeu a votação de seu relatório.
Sugestões para votação
Outro impasse na comissão, recorrente nas últimas reuniões, é motivado pela posição do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que rejeita qualquer negociação diferente da proposta de começar a votação da reforma política pelos temas que precisam ser aprovados por meio de proposta de emenda à Constituição (PEC).
Outro impasse na comissão, recorrente nas últimas reuniões, é motivado pela posição do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que rejeita qualquer negociação diferente da proposta de começar a votação da reforma política pelos temas que precisam ser aprovados por meio de proposta de emenda à Constituição (PEC).
“Só aceito acordo se começarmos a votação pelas PECs, porque se elas
forem rejeitadas não poderão voltar na forma de projetos de lei. O
relator quer votar seu texto, começando com o projeto de lei, porque ele
poderá colocar nas PECs os assuntos que perder”, avaliou Cunha.
Fontana rechaçou a tese e disse que prefere começar a votação pelos temas que não exigem maioria absoluta,
como o financiamento público de campanha, porque são mais fáceis de
serem aprovados. “A ideia de Eduardo Cunha tem a ver com sua vontade de
derrubar o financiamento público. Eu quero votar o projeto de lei porque
tem mais chance de ser votado, parece ser mais passível de ter
maioria”, justificou.
Eduardo Cunha afirmou que é favorável ao financiamento público de
campanha, desde que acompanhado pela lista partidária fechada para
eleições proporcionais. O relatório de Fontana prevê o financiamento
público exclusivo de campanha, mas não incorpora a lista fechada de
candidatos.
Leonardo Prado
Cobrança ao colegiado
O relator foi apoiado, entre outros, pela deputada Luiza Erundina (PSB-SP), que cobrou uma posição da comissão depois de mais de um ano de debates. “Estamos escondendo as reais razões pelas quais perdemos tanto tempo. Não vamos chegar a consenso porque há posições que não estão sendo explicitadas. Vamos explicitar as divergências no voto", defendeu.
O relator foi apoiado, entre outros, pela deputada Luiza Erundina (PSB-SP), que cobrou uma posição da comissão depois de mais de um ano de debates. “Estamos escondendo as reais razões pelas quais perdemos tanto tempo. Não vamos chegar a consenso porque há posições que não estão sendo explicitadas. Vamos explicitar as divergências no voto", defendeu.
O impasse fez com que o presidente da comissão não marcasse a próxima
reunião. “Ainda há muita energia entre as partes beligerantes e faremos
a convocação quando essa energia se reduzir”, disse Almeida Lima.
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