O  senador Pedro Simon (PMDB-RS) conclamou os jovens brasileiros, nesta  sexta-feira (7), para que saiam às ruas para apoiar a Segunda Marcha  contra a Corrupção, que está sendo programada para diversas capitais em  12 de outubro. Organizado por redes sociais, o movimento busca  fortalecer a Lei da Ficha Limpa e pressionar pela aprovação de proposta  de emenda constitucional, atualmente na Câmara dos Deputados, que torna  os votos no Congresso obrigatoriamente abertos.
-  Onde você estiver, vá para a rua. Exija. Cobre. Se quiser dizer  desaforo de nós, diga, mas vá para a rua. Vou ficar de longe, não quero  aparecer porque acho que deve ser deles, dos jovens, os políticos não  têm que se meter - afirmou. 
Simon fez o  chamamento ao fim de seu pronunciamento em Plenário contra a corrupção.  Nessa luta, disse que as trincheiras não podem ficar vazias, já que "os  corruptos e corruptores não dão trégua". Aproveitou para criticar a  forma trivial como a corrupção é vista e a ideia de que ela é necessária  para evitar que as "engrenagens da máquina pública emperram". 
-  O noticiário já deu conta, inclusive, de empresários que colocam,  naturalmente, a corrupção no campo da despesa, como custo, na mesma  contabilidade da mão-de-obra, da energia elétrica, dos insumos, dos  impostos e tantos outros dispêndios mais nobres - comentou. 
Submundos do poder
Simon  lembrou que, por muito tempo, o país lutou contra a tortura nos  "submundos do poder", quando a democracia também parecia um sonho  distante. Mas o povo açodou e foi às ruas para restaurar a liberdade. No  entanto, conforme ressalvou, aqueles submundos não foram totalmente  desativados e a tortura agora se expressa pelo "analfabetismo, a dor e a  fome". 
- E quem nutre essa mesma tortura dos  nossos tempos é a corrupção. Quem a embala, a falta de ética. E quem a  protege é a impunidade - apontou, em seguida cobrando atitude do  Judiciário.
Ainda de acordo com Simon, a  presidente Dilma Rousseff tem hoje papel decisivo na luta contra a  corrupção. Antes dela, ele disse que os acusados se valiam da "defesa  discursiva" dos presidentes.Destacou inclusive comentário do  ex-presidente Lula citado em reportagens, no qual ele sustenta que  "político não pode tremer quando for acusado" e que deve ter "casco  duro" diante das acusações, para dizer que está certo e não acabar  caindo [de cargos]. 
- Ora, político não tem que ter casco duro. Político tem que ter as mãos limpas - criticou. 
Em  aparte, o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) aproveitou para  criticar a tese do "rouba, mas faz", com a qual muita gente já teria se  acostumado. Ressalvou ainda que Simon não está só em sua luta contra a  corrupção, pois muitos brasileiros sonham - se não com o fim - com a  drástica redução da corrupção.
 
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