sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Se não for por amor...

O namorado não aceita o término do namoro, mantém por vários dias a ex-namorada e sua amiga reféns e, finalmente, a mata com um tiro na cabeça e fere a outra. O ex-marido entra no shopping, mata a ex-mulher com um tiro e depois se suicida, deixando dois filhos órfãos. Estes dois casos estiveram recentemente no noticiário nacional e levantam uma questão de natureza moral: o que leva uma pessoa a causar morte ou sofrimento a outras, só para suprir seus desejos mesquinhos?Em ambos os casos, a razão alegada de tais motivações foi o amor. Eles amavam tanto que não suportariam viver sem a pessoa amada. Nada mais incongruente. Com efeito, esses tipos de atitudes estão para o amor assim como o óleo está para a água: não se misturam.Na verdade, essa é a “loucura” de todo e qualquer criminoso. Não é o amor que impulsiona a matar, a seqüestrar, é a cobiça gerada nas entranhas de uma pessoa egoísta. O filósofo cristão Francis Scheaffer disse: “A cobiça no íntimo – que equivale à falta de amor ao próximo – logo tende a manifestar-se no mundo externo. Não pode ficar guardada no ser interior de modo completo. Isto ocorre em diversos graus. Quando sinto uma tristeza pecaminosa pelo fato de outros possuírem o que não possuo, e dou asas a que essa tristeza cresça, rapidamente me fará querer mal as próprias pessoas envolvidas”.A sociedade, abalada com tanta maldade, sente que precisa discutir melhor seu sistema de valores. Só educação não basta. O aparente colapso de nosso sistema de valores tem deixado milhões de pessoas com o sentimento de estarem em mar revolto, sem bússola e sem leme, num pequeno barco à deriva.Quando é banido o sistema cristão focado em um Deus amoroso único e pessoal que busca se relacionar conosco, é também lançado fora o amor que deveria azeitar as nossas relações sociais. Desse modo, o mandamento de amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos se transforma em mera retórica religiosa. Creio que isso faz com que não poucas pessoas tenham uma idéia equivocada a respeito do amor. Alguns pensam que a prática do amor leva-nos a ficar mais próximos de Deus. Acredito, ao contrário, que achegarmos mais a Deus é que nos faz praticar mais o amor. Isto porque Deus é amor e todo amor emana Dele. Não se pode amar sem Ele, assim como não se pode viver sem respirar. Como as pessoas estão cada vez mais distantes de Deus, isso ajuda a responder por que temos tão pouco amor no mundo.Outros pensam que a capacidade de amar é natural em nós como algo que produzimos por força interior própria. Contudo, é Deus que nos capacita a amar. Por causa de seu amor infinito Ele não nos abandonou, mas a cada dia derrama fartamente a sua bendita graça sobre nós e nos possibilita entender que sem amor a vida fica sem um sentido claro.Acredito piamente que precisamos buscar mais a Deus para ter mais amor. Isso fica evidente nas seguintes palavras do apóstolo Paulo:“Eu poderia falar todas as línguas que são faladas na terra e até no céu, mas, se não tivesse amor, as minhas palavras seriam como o som de um gongo ou como o barulho de um sino. Poderia ter o dom de anunciar mensagens de Deus, ter todo o conhecimento, entender todos os segredos e ter tanta fé, que até poderia tirar as montanhas dos seus lugares, mas, se não tivesse amor, eu não seria nada. Poderia dar tudo o que tenho e até mesmo entregar o meu corpo para ser queimado, mas, se eu não tivesse amor, isso não me adiantaria nada.”“Quem ama é paciente e bondoso. Quem ama não é ciumento, nem orgulhoso, nem vaidoso. Quem ama não é grosseiro nem egoísta; não fica irritado, nem guarda mágoas. Quem ama não fica alegre quando alguém faz uma coisa errada, mas se alegra quando alguém faz o que é certo. Quem ama nunca desiste, porém suporta tudo com fé, esperança e paciência” (1 Co 13).É bom lembrar: “Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor” (1 Jo 4.8).

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