O Cordão do Tangará de Itaituba é um exemplo de cordão de
meia-lua em que o caráter musical predomina e o sentido coreografo organiza a
progressão cênica. Nele estão cumprido todos os do gênero: o canto de rua,
canto de apresentação e canto de despedida. Na história tem um vilão, o
caçador, ainda que redimido e expulso pela princesa, e finalmente reintegrado à
comunidade.
O Tangará deflagra o enredo, a proteção ao meio ambiente; a
Princesa não mede esforços em defesa ao seu pássaro, o Tangará. O cordão do
Tangará é um gênero literário poético, de modalidade dramática. Não se trata de
reprodução e sim de invenção. Trata-se do Cordão do Pássaro junino que muito se
identifica com o folclore. É a criação simbólica de uma cultura “flúvio-
florestal “ extravasadas para o ambiente urbano, fruto de produção criativa do
povo paraense-amazônico.
É um teatro de rua e vem do século XIX, puro exemplo de
teatro popular musicado; e o Cordão de Tangará é uma contribuição à cultura
itaitubense.
De autoria da Sr.ª Idolasy com a parceria em algumas composições
da Professora Benedita Miranda.
A origem do interesse pelos cordões em Idolasy aconteceu
desde os 10 anos de idade quando participava como figurante nos cordões da
Madrinha Célia, então conhecida Celita filha das famílias tradicionais Larges e
Vergolino e fora funcionária pública se apresentando como secretária da
Prefeitura, além de ter servido por todos os tempos como missionária na Igreja
Católica.
Aos 13 anos Idolasy apresentou pela 1ª vez um cordão como
criança em Fordlândia, onde residia na época.
Aos 16 anos retornou para Itaituba voltando a dançar nos cordões e comédias
da Célita. Aos 18 anos, agora casada, foi morar no Paraná-Miry, e lá despertou
a comunidade para a dança dos cordões na quadra junina. Aos 30 anos, em 1963,
mudou-se com a família para Itaituba, onde deu continuidade aos cordões da
Graça, da Borboleta e da Arara. Em 1965 criou o Cordão do Tangará com nova
versão nas canções e músicas e maior número de figurantes. Fora de grande
aceitação do público e dançava em anos alternados com os outros cordões, até
1978 quando Idolasy foi para uma temporada em Alta-Floresta.
Em 2000 volta a apresentar o Cordão do Tangará a pedido da
Diretoria de Cultura sob a coordenação da Claudete Couto, com os figurantes dos
cordões anteriores, agora todos adultos.
Em decorrência às realidades de cada geração, e as mudanças
culturais os cordões juninos perderam força e deixaram de ser apresentados nos
últimos tempos.
Em 2008 a Secretária de Cultura, através da Professora Regina
Lucirene, levou a composição-letra e música do Cordão do Tangará para o
Instituto de Artes do Pará IAP para um curso de artes, sendo de grande
aceitação.
Idolasy fora agraciada com a premiação de uma noite de
autógrafos com 600 exemplares de livros, ficando 300 deles para o IAP-Belém.
Atualmente a ASFITA Associação dos Filhos de Itaituba, na
tentativa de resgatar um pouco de nossa história apresenta para o público
itaitubense, o Cordão, tentando mostrar o máximo a sua originalidade, mas de
certo que acompanhado a evolução dos momentos atuais através de suas vestes e
forma de apresentação.
Além de dançar o Cordão, a ASFITA coloca à disposição do
público um CD gravado por figurante desta apresentação 2013 e logo
mais o DVD do que vem sendo apresentado pelos figurantes.
Fotos Arquivos GV Notícias
Gilson Vasconcelos
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