quarta-feira, 23 de abril de 2014

'Acaba com a nossa agonia', diz parente de vítima de queda de avião

A sobrinha da técnica de enfermagem Luciney Aguiar, desaparecida desde o dia 18 de março após o bimotor onde ela estava com outras quatro pessoas sumir no Pará, se disse aliviada após os destroços do avião de matrícula  PR-LMN terem sido localizado perto de Jacareacanga, sudoeste do estado. "Estava enterrado, com asas quebradas, só a cauda para o lado de fora", disse Andressa Aguiar. Segundo ela, a informação inicial é que não existem sobreviventes do acidente.

"Por um lado a gente ficou se sentindo confortado, porque já era muito tempo de espera. Pelo menos uma resposta a gente teve, né? Não era o que a gente queria, que era encontrá-los todos vivos, mas é uma resposta que acaba com a nossa agonia da procura, da esperança todo dia. É difícil", relata.
Segundo Andressa, o avião foi encontrado por um garimpeiro, que procurou a delegacia de Jacareacanga para registrar um boletim de ocorrência sobre o caso. "Quando esse garimpeiro chegou, ele falou onde estava a aeronave. Ele foi até a delegacia e perguntou se a recompensa estava de pé", disse, se referindo a uma gratificação prometida aos voluntários que auxiliaram nas buscas por terra.
O avião foi localizado na noite de terça-feira (22), em uma área de difícil acesso, 20 km ao noroeste do município de Jacareacanga. Homens da Força Aérea Brasileira, que coordena os esforços de resgate, se dirigiram ao local na manhã desta quarta por conta das condições de visibilidade da noite anterior.
Imagens cedidas pela Polícia Militar mostram a localização do avião. Apenas a cauda da aeronave é visível, já que as asas teriam se partido durante a queda. Segundo a FAB, a área onde o avião foi encontrado já havia sido sobrevoada por diversas vezes, mas as condições da região não permitiam o avistamento do alto.
Avião foi localizado na noite de terça-feira (22) (Foto: Divulgação / Polícia Militar)
Avião foi localizado na noite de terça-feira (22)
(Foto: Divulgação / Polícia Militar)
Acidente e resgate
O bimotor saiu de Itaituba as 11h40 do dia 18 de março, e fez o último contato com a torre cerca de 1h20 após a decolagem. Segundo a técnica de enfermagem Rayline Campos, que conseguiu mandar um SMS para o tio antes do avião desaparecer, a aeronave havia apresentado pane nos motores.


Segundo a FAB, a missão de resgate durou 35 dias e envolveu 50 militares. A FAB contabilizou mais de 230 horas de voo e a área coberta ultrapassou a 28 mil km² sobrevoados, equivalente a cinco vezes o território do Distrito Federal, utilizando um helicóptero H-60 Black Hawk, aeronaves P-95 Bandeirante Patrulha e SC-105 Amazonas, além da aeronave de patrulha P-3 AM. O mau tempo na região, especialmente a formação de nevoeiros, a cheia no rio Tapajós e a vegetação dificultaram os trabalhos.

O Primeiro Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA I) do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) já iniciou as investigações dos fatores contribuintes para o acidente.
Fonte: G1 Pará

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