Os líderes partidários voltaram a repercutir em Plenário, nesta
terça-feira, as manifestações de ontem (segunda-feira, 17), que tomaram
diversas capitais brasileiras. Novas manifestações populares estão sendo
convocadas pelas redes sociais para o decorrer desta semana.
O líder do PSDB, deputado Carlos Sampaio (SP), disse que o Congresso
precisa escutar os movimentos das ruas e fazer uma autocrítica para
saber quais os erros cometidos pelos representantes que levaram a essa
indignação popular. “Como um Congresso pode ser respeitado por esses
jovens quando se oculta atrás do voto secreto. Como aceitar que neste
Congresso tramite uma PEC 37/11, para tirar o poder de investigação do Ministério Público,
órgão que impede que a corrupção corra desenfreada neste País. Se não
soubermos sentir a nação, esse Congresso não tem valor nenhum”, disse.
Sampaio ressaltou o critério difuso da manifestação, que não tem uma
liderança ou uma pauta clara, mas demonstra a indignação da população
com vários aspectos como segurança, transporte, saúde, educação. O líder
do PSDB disse que esses atos não devem ser apoderados por um ou outro
partido. “Não existe lugar para oportunismo, é a indignação de todos
contra toda a classe política”, disse.
Duro recado aos governantes
Já o líder do PT, deputado José Guimarães (CE), analisou que as passeatas são compostas de pessoas que chegaram à classe média nos últimos anos e agora têm outra pauta de reivindicação. “Foi um duro recado aos governantes de todas as instâncias. Trata-se da expressão do desejo de influir nas decisões, de uma classe média nova que agora quer mais inclusão”, disse.
Duro recado aos governantes
Já o líder do PT, deputado José Guimarães (CE), analisou que as passeatas são compostas de pessoas que chegaram à classe média nos últimos anos e agora têm outra pauta de reivindicação. “Foi um duro recado aos governantes de todas as instâncias. Trata-se da expressão do desejo de influir nas decisões, de uma classe média nova que agora quer mais inclusão”, disse.
Ele ressaltou, no entanto, que o aumento da classe média ocorreu
durante o governo do PT e disse ainda que o partido foi responsável, em
prefeituras, pela instituição do bilhete único, que diminuiu o custo dos
transportes públicos. “Não tememos nada do que está acontecendo, porque
isso não é um movimento contra a presidente Dilma”, disse Guimarães.
O petista também argumentou em favor do adiamento da votação da PEC
37, prevista para o dia 26, mas defendeu regras para os inquéritos
conduzidos pelos procuradores. “O PT não quer tirar o poder do
Ministério Público de investigar, mas quer estabelecer limites para que
os direitos sejam respeitados e para evitar que os exageros que ocorrem
se tornem regra”, disse.
DEM responsabiliza PT
Para o vice-líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), o governo do PT pode ser responsabilizado pela insatisfação popular. “Não podemos restringir ao Congresso o ônus da manifestação”, disse.
Para o vice-líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), o governo do PT pode ser responsabilizado pela insatisfação popular. “Não podemos restringir ao Congresso o ônus da manifestação”, disse.
O líder da Minoria, deputado Nilson Leitão (PSDB-MT), disse que os
manifestantes precisam cobrar a execução do Orçamento federal. “Não é
algo aprovado aqui hoje ou amanhã que vai mudar as ruas, é um movimento
pela falta de aplicação do Orçamento do governo e pela incompetência que
não deixa o dinheiro chegar à saúde, à educação e à infraestrutura”,
disse.
O vice-líder do governo, deputado Henrique Fontana (PT-RS), também
disse que o momento requer reflexão da classe política. Ele criticou, no
entanto, que o discurso dos jovens seja incorporado à polarização entre
governo e oposição. “O parlamentar ou líder que tentar transformar o
importante recado das ruas em combustível para a luta entre partidos
começará muito mal a interpretação, que demanda reflexão complexa e não
deve ser respondida no automatismo da luta eleitoral”, disse. Ele
criticou o fato de o Parlamento estar tomado por “interesses
corporativos localizados”, como é o caso da PEC 37, que opõe policiais e
Ministério Público. “Esse não é o tema central do Brasil, que precisa
discutir melhorias no transporte público”, disse.
Para o líder do PSB, deputado Beto Albuquerque (RS), a Câmara poderá contribuir para o debate ao realizar a comissão geral para discutir a política de transportes. “é uma contribuição a uma das vertentes do protesto”, disse.
O líder do PR, deputado Anthony Garotinho (RJ), defendeu uma ação imediata por parte da Câmara. "Com medidas concretas, em defesa do povo. O povo estava revoltado porque sabe que R$ 1,2 bilhão gastos no Maracanã é dinheiro que está faltando na escola, no hospital, no posto de saúde", afirmou.
Fonte: Agência Câmara
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