Mulheres foram resgatadas pela polícia. (Foto: Glaydson Castro / TV Liberal) |
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o caso de exploração sexual e tráfico humano em Vitória do Xingu,
próximo ao canteiro de obras da usina Belo Monte, no Pará, vai apreciar
nesta terça-feira (5), o requerimento para convocar a Norte Energia,
responsável pela obra, para prestar esclarecimentos.
O requerimento é de autoria do deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), que
esteve no município juntamente com o deputado José Augusto Maia
(PTB-PE). Eles estiveram na localidade para visitar as áreas onde
funcionavam boates em que jovens eram exploradas sexualmente.
Jordy acredita que o requerimento será aprovado pelos membros da
comissão. “Não tem como admitir um bordel dentro da área da empresa, que
foi uma concessão pública, de utilidade pública, funcionando dentro do
local”, afirma o deputado.
“É impossível a empresa não ter nenhum tipo de culpa. Tem que passar
por duas guaritas da empresa para chegar no local. É uma situação
inadmissível”, relata Arnaldo Jordy. “Dependendo das explicações, vamos
avaliar que procedimentos tomar, dentre eles, inclusive, a paralisação
da obra até que as condicionantes possam ser observadas”, afirma.
Na ocasião da visita dos parlamentares ao canteiro de obras de Belo
Monte, a equipe de reportagem do G1 entrou em contato com a assessoria
do CCBM (Consórcio Construtor de Belo Monte), que, em nota, disse que o
imóvel citado funcionaria em uma chácara na zona rural daquele
município, em terreno particular de propriedade desconhecida e distante
cerca de 20 km do canteiro de obras mais próximo. Ainda de acordo com o
consórcio construtor, nenhuma das áreas localizadas no perímetro
mencionado seria de titularidade da Norte Energia e, portanto, de sua
responsabilidade. A Norte Energia só seria responsável pelas áreas
efetivamente adquiridas.
Entenda o caso
Membros da CPI do Tráfico de Pessoas da Câmara Federal realizaram uma audiência pública na câmara municipal de Altamira, no sudoeste do Pará, para ouvir relatos sobre a exploração sexual no Pará. A reunião teve participação do Ministério Público, das polícias Civil e Cederal e do Conselho tutelar, que denunciou a exploração sexual no município de Vitória do Xingu no dia 13 de fevereiro, após ser procurado por uma jovem de 16 anos que teria conseguido fugir de uma boate onde era obrigada a se prostituir.
Os deputados visitaram as boates que tiveram os alvarás cassados pela
polícia em Vitória do Xingu, vistoriando as dependências onde as vítimas
eram mantidas após serem aliciadas em estados do sul do país. Segundo
os parlamentares, pela proximidade das boates com as obras de Belo
Monte, não há possibilidade da Norte Energia, responsável pelo
empreendimento, não terem conhecimento da existência destes
estabelecimentos.
Fonte G1 Pará
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