O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, morreu na tarde desta terça-feira (5), aos 58 anos, na capital Caracas, após mais de um ano e meio de luta contra o câncer.
A morte ocorreu às 16h25 locais (17h55 de Brasília), segundo o vice-presidente Nicolás Maduro, herdeiro político de Chávez, que fez o anúncio em um pronunciamento ao vivo na TV.
"Às 16h25 locais (17h55 de Brasília) de hoje 5 de março, faleceu o
comandante presidente Hugo Chávez Frías", disse Maduro, emocionado e
cercado pelo ministério.
"Nesta dor imensa desta tragédia histórica que hoje toca a nossa
pátria, nós chamamos todos os compatriotas, homens, mulheres de todas as
idades, a ser vigilantes da paz, do respeito, do amor, da tranquilidade
desta pátria", disse.
"Pedimos ao nosso povo para canalizar nossa dor em paz e tranquilidade.
Suas bandeiras serão erguidas com honra e com dignidade", afirmou.
"Vamos ser dignos herdeiros filhos de um homem gigante como foi e como
sempre será na memória o comandante Hugo Chávez."
Chávez estava internado em um hospital militar na capital, Caracas. Na véspera, um boletim médico pessimista havia relatado uma piora no seu estado de saúde.
Ao fazer o anúncio nesta terça, o vice Maduro afirmou que mandou as Forças Armadas para as ruas, para garantir a segurança.
O clima da população na capital, Caracas, inicialmente era de apreensão e silêncio, à espera dos próximos acontecimentos. Após o anúncio da morte, uma grande confusão tomou as ruas, com filas nos postos de gasolina e temor de desabastecimento.
A cúpula das Forças Armadas também apareceu na TV estatal, logo após Maduro para jurar lealdade ao vice e respeito à Constituição.
Sucessão
Com a morte de Chávez, a Constituição da Venezuela prevê a realização de novas eleições presidenciais no prazo de 30 dias.
O chanceler Elías Jaua afirmou que Maduro assume o poder e que novas eleições serão convocadas para dentro de 30 dias.
Espera-se que o Tribunal Supremo de Justiça, principal corte do país, pronuncie-se sobre os próximos passos da sucessão.
O vice Maduro, de 50 anos, é apontado como candidato presidencial quase certo do governista PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela).
Ele deve enfrentar a Henrique Capriles, oposicionista derrotado por Chávez nas urnas em outubro.
Após o anúncio da morte de Chávez, Capriles adotou um tom conciliador e falou em união nacional e solidariedade.
Posse adiada
A luta contra o câncer havia impedido Chávez de tomar posse em 10 de janeiro deste ano, depois da reeleição obtida em outubro de 2012 para um novo mandato de seis anos, em que se vislumbrava a chance de completar 20 anos de chavismo.
Em janeiro, a Assembleia Nacional concedeu ao presidente uma permissão
indefinida de ausência do país para tratar a doença, em Cuba, enquanto o
Tribunal Supremo autorizou que a posse de Chávez fosse adiada para
quando ele tivesse condições de saúde.
A oposição protestou fortemente contra essas decisões, exigindo que o
governo desse informações mais claras sobre o estado de saúde do líder e
sobre se ele tinha condições de continuar no governo, e clamando pela
realização de novas eleições se necessário.
O governo retrucava pedindo "tempo" e "respeito à privacidade" do
Chávez convalescente e acusando a oposição de tentativas de
desestabilização.
Repercussão e enterro
A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, disse que a morte de Chávez "deve encher de tristeza todos os latino-americanos".
Os presidentes do Uruguai, Jose Mujica, da Bolívia,
Evo Morales, e da Argentina, Cristina Kirchner, aliados de Chávez,
anunciaram que estão viajando para Caracas nas próximas horas.
O corpo de Chávez deve ser enterrado na sexta-feira, disse o chanceler Elías Jaua, que afirmou que o país vive em "total normalidade" após a morte do líder.
Discurso agressivo
Horas antes de anunciar a morte de Chávez, Maduro havia feito um discurso agressivo na TV, em resposta aos crescentes boatos sobre o estado de saúde do presidente.
Ele acusou os adversários políticos de Chávez, EUA principalmente, de "conspiração" e disse que o presidente socialista enfrentava o momento "mais duro" desde sua última cirurgia.
O governo também anunciou a expulsão de dois adidos militares americanos supostamente envolvidos em "contatos não autorizados" com militares venezuelanos.
Após o anúncio da morte de Chávez, o presidente dos EUA, Barack Obama, divulgou nota dizendo que deseja um "novo relacionamento" construtivo com a Venezuela, rival aberta dos norte-americanos durante os governos de Chávez.
O Departamento de Estado manifestou apoio ao país na nova fase e disse que isso inclui a realização de eleições com "alto padrão democrático
Luta contra o câncer
Chávez lutava contra um câncer desde junho de 2011 e, após realizar um tratamento em Cuba contra a doença, havia voltado ao país natal em fevereiro deste ano.
Chávez lutava contra um câncer desde junho de 2011 e, após realizar um tratamento em Cuba contra a doença, havia voltado ao país natal em fevereiro deste ano.
Chávez foi um dos mais destacados e controversos líderes da América
Latina. Desde que assumiu o comando da Venezuela, em 1999, o militar da
reserva promoveu mudanças à esquerda, na política e na economia.
Ele nacionalizou empresas privadas, atribuiu ao Estado atividades
essenciais, além de mudar a Constituição, o nome, a bandeira e até o
fuso horário do país (1h30 a menos que o horário de Brasília).
Chávez foi reeleito pela primeira vez em 2006, com mais de 62% dos votos, e novamente em 2012, com 54%.
Ele tentou chegar ao poder pela primeira vez em 1992 através de uma
tentativa fracassada de golpe de Estado, que fez com que fosse preso.
Em 2002, já no comando do país, sofreu um golpe de Estado que o tirou
do poder por quase 48 horas. Foi restituído por militares leais, com a
mobilização de milhares de seguidores.
A Venezuela, que é membro da Organização dos Países Exportadores de
Petróleo (Opep), possui uma economia dependente das exportações do
combustível, tendência que Chávez queria mudar com a entrada do país no
Mercosul. O país tem 30 milhões de hectares de terras cultiváveis, mas
importa até 70% dos alimentos que consome. A população é de quase 29
milhões de habitantes.
O vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anuncia a morte de Hugo Chávez nesta terça-feira (5) (Foto: Telesur/AFP)
Doença
Desde que foi reeleito mais uma vez, em outubro de 2012, o líder venezuelano apareceu em público poucas vezes, a maioria delas para liderar conselhos de ministros no Palácio de Miraflores. Chávez também deixou de utilizar frequentemente sua conta na rede social Twitter.
A falta de informações e detalhes sobre a doença e a presença menos
frequente de Chávez em eventos desde que anunciou a luta contra o câncer
alimentaram os rumores de que seu estado de saúde poderia ser mais
grave do que o governo queria divulgar.
Em 10 de junho de 2011, a imprensa venezuelana noticiou que Hugo Chávez havia passado por uma cirurgia de emergência em Cuba devido a um problema na região pélvica. Rumores sobre a doença circularam nos dias seguintes, mas o governo venezuelano negou que se tratasse de um tumor.
Em 30 de junho, no entanto, o presidente confirmou que havia sido operado em razão de um câncer. Não foram revelados maiores detalhes sobre a doença.
Chávez voltou à Venezuela dias depois e voltaria a Cuba nos meses seguintes para sessões de quimioterapia. Em agosto de 2011, apareceu com o cabelo raspado: "É meu novo visual", disse.
Em outubro do mesmo ano, após fazer exames médicos em Cuba, o governante declarou-se livre do câncer. "O novo Chávez voltou [...] Vamos viver e vamos continuar vivendo. Estou livre da doença", afirmou, fardado e eufórico.
Hugo Chávez chegou a dizer que o câncer, que atingiu cinco líderes
sul-americanos – entre eles a presidente Dilma Rousseff e o
ex-presidente Lula – teria sido induzido pelos Estados Unidos. "Não seria estranho se tivessem desenvolvido uma tecnologia", disse
Em fevereiro de 2012, ele anunciou que seria operado novamente por uma
lesão na mesma região em que teve o tumor removido. A cirurgia também
ocorreu em Cuba e, posteriormente, ele passou por tratamento de
radioterapia.
Em julho, quando era candidato à reeleição, o presidente voltou a dizer
que havia vencido a batalha contra o câncer. Aos opositores, Chávez
dizia que seus problemas de saúde não o impediriam de vencer a eleição
que poderia mantê-lo no poder até 2019.
Em novembro, após vitória nas urnas, a Assembleia Nacional autorizou a viagem de Chávez a Cuba para receber terapia hiperbárica, um tratamento complementar comum em pacientes que receberam radioterapia.
Em dezembro, Chávez anunciou que voltaria a Cuba para ser submetido a
uma nova cirurgia devido ao retorno do câncer. Ele designou o vice, Nicolás Maduro, como o eventual sucessor se
não fosse capaz de voltar ao poder. Foi a primeira vez que Chávez
admitiu, publicamente, que a doença poderia impedi-lo de seguir à frente
do país.
Após a realização da cirurgia, foi Maduro quem passou a fazer relatos do estado de saúde de Hugo Chávez. A oposição criticava o governo, acusando-o de sonegar informação sobre a real situação do mandatário.
Chávez não conseguiu tomar posse de seu novo mandato, em 10 de janeiro.
Após disputa judicial, o Tribunal Superior de Justiça entendeu que a
presença dele não era necessária, e que uma posse formal poderia ocorrer
em outra data a ser marcada posteriormente.
Em 18 de fevereiro, surpreendendo a todos, Hugo Chávez anunciou, pelo
Twitter, que estava voltando à Venezuela. Ele foi diretamente para um
hospital militar na capital Caracas.
Trajetória
Hugo Rafael Chávez Frías nasceu em 28 de julho de 1954, em Sabaneta, estado de Barinas, no oeste do país. Filho de professores, ele casou e se divorciou por duas vezes. Tem quatro filhos – duas mulheres e um homem do primeiro matrimônio, e uma menina do segundo – e três netos.
Militar reformado, Chávez entrou para a política depois de uma
fracassada tentativa de golpe de Estado que o levou à prisão, em 1992.
Desde que venceu as primeiras eleições presidenciais, em 1999, com a
promessa de pôr fim à "partidocracia corrupta" em que o governo havia se
transformado e de distribuir a renda do petróleo entre os setores
excluídos da sociedade, o presidente assumiu um estilo único de fazer
política.
Ele chegou ao poder em fevereiro daquele ano como o 47º presidente da
Venezuela, jurando sobre uma Constituição que ele afirmou estar
"moribunda".
Entre suas primeiras decisões, proibiu que o Departamento Antidrogas dos Estados Unidos fizesse sobrevoos no país e, anos mais tarde, em 2008, expulsou o embaixador americano.
No final de 1999, alcançou o seu objetivo de mudar a carta magna da
Venezuela e iniciar o que chamou de "Revolução Bolivariana".
Crises políticas
Chávez enfrentou momentos difíceis no poder, como quando, depois de vários dias de greves nacionais, em 11 abril de 2002, sofreu um golpe de Estado que o tirou do poder por quase 48 horas. Após tumultos e 19 mortes, o líder venezuelano foi restituído ao cargo por militares leais, com a mobilização de milhares de seguidores pelas ruas de Caracas.
Naquele mesmo ano, uma greve liderada por trabalhadores, empregadores e
contratados da estatal de petróleo de Venezuela paralisou a indústria
vital para o país. A greve prolongou-se até fevereiro de 2003 e derrubou
a produção petrolífera, impactando com força a economia.
Os trabalhadores criticavam a implantação do projeto de "grande
revolução bolivariana", que atingiu proprietários de terras, produtores
de combustíveis e bancos. O termo é referência ao líder revolucionário
Simón Bolívar, responsável pela independência de vários países da
América do Sul, em quem Chávez dizia se inspirar.
Em 2004, após violentos protestos da oposição que deixaram outros nove
mortos, Chávez submeteu-se novamente a um referendo público que o
confirmou no poder.
Reeleição em 2006
Em 2006, em nova eleição presidencial, ele obteve 62% dos votos contra o opositor Manuel Rosales. No novo mandato, Chávez declarou a transformação da Venezuela em um Estado socialista.
Durante este período, o militar reformado iniciava seu projeto de
estatização da maioria das empresas venezuelanas, em setores cruciais
como telecomunicações e eletricidade. Em maio de 2007, a Radio Caracas
Television, emissora mais antiga da Venezuela, encerrou suas
transmissões após não ter sua concessão renovada pelo governo.
Iniciava-se também sua tentativa de reforma na Constituição, que
permitira sua reeleição por tempo indefinido. Após uma primeira derrota,
ocorrida no final de 2007, o projeto foi aprovado em referendo popular
em fevereiro de 2009.
Em 2010, Chávez sofreu sua primeira derrota nas urnas, em eleições
legislativas. Apesar de ter obtido a maioria dos votos, seu partido não
conseguiu dois terços da Assembleia Nacional venezuelana, objetivo
necessário para facilitar a aprovação dos projetos do governo.
Com uma manobra política, no entanto, conseguiu aprovar um dispositivo
que o permitiu governar por mais seis meses por decretos de emergência.
Entrada na Mercosul
A Venezuela entrou oficialmente no Mercosul em 13 de agosto de 2012, depois de cerimônia simbólica em 31 de julho ocorrida em Brasília, com a presença de Hugo Chávez.
O ingresso ocorreu após Brasil, Argentina e Uruguai suspenderem o Paraguai do bloco como sanção pelo impeachment do presidente Fernando Lugo.
Em 22 de junho do ano passado, o Senado do Paraguai votou pela
destituição de Lugo no processo político "relâmpago" aberto contra ele
na véspera e encarado pela comunidade de países sul-americanos como
golpe. O país vinha impondo o veto à entrada da Venezuela no grupo.
"Faz tempo que a Venezuela devia entrar no Mercosul. Mas como está
escrito na Bíblia, tudo o que vai ocorrer sob o sol tem sua hora", disse
Chávez à ocasião. "Nos interessa muito sair do modelo petroleiro,
impulsionar o desenvolvimento agrícola da Venezuela [...] Temos
disponíveis mais de 30 milhões de hectares para o desenvolvimento da
agricultura", afirmou.
O ministro das Relações Exteriores brasileiro, Antonio Patriota, disse em setembro de 2012 que "houve unanimidade no Mercosul e Unasul para a suspensão do Paraguai.
O que reforçou a suspensão foi o fato de todos os países, como gesto de
repúdio, retiraram seus embaixadores, o que não ocorreu em Caracas, na
Venezuela".
Com o ingresso da Venezuela, o Mercosul passou a contar com população
de 270 milhões de habitantes, ou 70% da população da América do Sul.
Segundo o Ministério de Relações Exteriores brasileiro, o PIB do bloco
será de US$ 3,3 trilhões (83,2% do PIB sul-americano), com território de
12,7 milhões de km² (72% da área da América do Sul).
Reeleição em 2012
Em 7 de outubro, Chávez derrotou Henrique Capriles Radonski, mesmo com uma campanha limitada, e garantiu novo mandato, o quarto consecutivo, até 2019, prometendo "radicalizar" o programa socialista que vinha implantando no país.
O presidente teve cerca de 54% dos votos, contra 45% do oponente, e o
comparecimento às urnas foi de quase 81%. Dilma disse na ocasião que a vitória foi um "processo democrático exemplar".
Durante a campanha, Chávez pediu a vitória para tornar "irreversível" o seu sistema socialista e acelerar o Estado comunista, algo que os críticos veem como uma nova manobra para concentrar mais poder em suas mãos. Ele não hesitou em falar em uma “ameaça de guerra civil” caso o rival ganhasse as eleições.
Durante a campanha, Chávez pediu a vitória para tornar "irreversível" o seu sistema socialista e acelerar o Estado comunista, algo que os críticos veem como uma nova manobra para concentrar mais poder em suas mãos. Ele não hesitou em falar em uma “ameaça de guerra civil” caso o rival ganhasse as eleições.
Capriles foi o primeiro adversário a ter chances reais de derrotar Hugo
Chávez, ao capitalizar o descontentamento acumulado durante os mandatos
do presidente. Em conversa com o G1 na época, ele disse que seguiria o modelo brasileiro caso fosse eleito.
Além de ser comandante-em-chefe das Forças Armadas e presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), com maioria na Assembleia Nacional, Hugo Chávez também controlava a mídia estatal.
Além de ser comandante-em-chefe das Forças Armadas e presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), com maioria na Assembleia Nacional, Hugo Chávez também controlava a mídia estatal.
Política externa
A política externa foi inspirada pelo líder cubano Fidel Castro e marcada por críticas contra o "imperialismo" dos Estados Unidos, país que ele acusa de ser responsável pelo breve golpe que sofreu em 2002 e por questões que vão desde a mudança climática até uma suposta tentativa de assassiná-lo.
A política externa foi inspirada pelo líder cubano Fidel Castro e marcada por críticas contra o "imperialismo" dos Estados Unidos, país que ele acusa de ser responsável pelo breve golpe que sofreu em 2002 e por questões que vão desde a mudança climática até uma suposta tentativa de assassiná-lo.
Durante sua gestão, Hugo Chávez reforçou a cooperação com seus aliados
de esquerda na América Latina como Bolívia, Equador, Nicarágua, além de
tecer parcerias com os governos polêmicos de Irã, Síria, Belarus, Líbia,
entre outros. Ele foi pragmático o suficiente, entretanto, para
continuar a vender diariamente para os Estados Unidos um milhão de
barris de petróleo.
Com os seus "petrodólares", estabeleceu iniciativas regionais como o
grupo de coordenação política Alternativa Bolivariana para os Povos de
Nossa América (Alba) e subsidiou o petróleo da Petrocaribe, aliança
entre alguns países do Caribe com a Venezuela.
O presidente venezuelano tratava outros líderes internacional com
intensidade, respeito ou desprezo, chegando a dizer que havia sentido
cheiro de "enxofre" na tribuna da Assembleia Geral da ONU, em 2007, após
ter passado pelo então presidente americano, George W. Bush, que já foi
chamado por Chávez de bêbado e genocida.
Barack Obama, a quem Chávez parabenizou pela eleição em 2008, foi
taxado mais tarde de "farsante". Quando Obama foi reeleito em outubro
deste ano, o venezuelano disse desejar que o americano "se dedique a governar seu país, deixando de invadir povos e desestabilizar países".
Chávez tinha apreço especial por Lula e Dilma devido ao histórico de
combate dos brasileiros durante a ditadura militar. "Eu e Lula somos
irmãos. Somos mais que irmãos. Somos, como já disse Fidel Castro, esses
tipos que andam por aí fazendo coisas, como Dilma, Cristina [Fernandez,
presidente da Argentina], Néstor [Kirchner, ex-presidente argentino]”, disse Hugo Chávez, durante a primeira visita oficial da presidente brasileira à Venezuela.
Populismo
Hugo Chávez manteve-se no poder graças à implementação das suas "missões", programas sociais que melhoraram os níveis de educação e saúde públicas venezuelanas, embora a pobreza, o desemprego e a violência tenham se espalhado pelo país, que possui uma das maiores reservas de petróleo da região.
Hugo Chávez manteve-se no poder graças à implementação das suas "missões", programas sociais que melhoraram os níveis de educação e saúde públicas venezuelanas, embora a pobreza, o desemprego e a violência tenham se espalhado pelo país, que possui uma das maiores reservas de petróleo da região.
Sua popularidade contrastava com a rejeição vinda da classe média,
afetada pelas restrições econômicas impostas em nome da revolução e por
políticas de desapropriação de empresas privadas.
Seu discurso beligerante polarizou a sociedade ao demonizar os
oponentes e queimar todas as pontes de entendimento com a outra metade
do país – politicamente, uma estratégia muito rentável, admitem fontes
próximas ao governo.
Viciado em comunicação, convocava constantemente a cadeia nacional de
rádio e TV para longos discursos, além de comandar por muito tempo o
programa semanal "Alô, Presidente", no qual discutia suas ideias
políticas, recebia convidados para entrevistas, entregava obras públicas
e até vendia eletrodomésticos chineses com preços subvencionados pelo
governo.
Tornou-se também um grande usuário do Twitter, onde reunia milhares de
seguidores, mas diminuiu o uso do microblog após a eleição de 2012.
Fonte: G1
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