terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Crescimento do crédito não passa de 16% em 2013

Esse percentual, alcançado no ano passado, não teve a interferência do processo de aperto monetário, esperado para os próximos meses.

Os dados de crédito de janeiro divulgados nesta terça-feira (26/2) pelo Banco Central (BC) indicam um cenário similar ao observado no ano de 2012, quando o apetite dos tomadores se mostrou enfraquecido, mesmo com o esforço das instituições públicas em estimular as concessões.

No entanto, enquanto no ano passado atravessávamos um período de afrouxamento monetário, com seguidas reduções na taxa básica de juros, a expectativa do mercado agora é que a autoridade inicie um novo ciclo de aperto no segundo semestre de 2013.

Soma-se a esse ambiente a tendência natural de um crescimento menor do crédito a cada ano que passa, dado o próprio avanço na base de comparação.

Como consequência desses dois pontos, dificilmente veremos a expansão do crédito neste ano superar os 16,2% alcançados em 2012 - em 2011, o aumento foi de 19%, e em 2010, de 20,6%.

"Mantemos a perspectiva de que o crédito evoluirá num ritmo mais moderado em 2013", diz a equipe da LCA Consultores, em relatório.

A expectativa por uma elevação da Selic decorre da persistente pressão inflacionária, que traz no bojo a inadimplência, que, embora relativamente estável, encontra-se estabilizada em um patamar alto.

"A inflação alta, quase fora da meta, é uma sinalização péssima para quem oferta crédito", nota João Augusto Salles, analista da Lopes Filho Consultores de Investimentos.

"O nível ainda elevado da inadimplência mantém os bancos privados na defensiva", pondera Alberto Ramos, do Goldman Sachs, em nota.

Ou seja, a tendência que já prevalece desde o ano passado, de maior participação das instituições públicas nas concessões, por ordem do governo, em detrimento de uma atuação maior dos bancos privados, não tem perspectiva de alteração no curto prazo.

Em 12 meses, até janeiro, o saldo dos públicos apresenta incremento de 28,2%, enquanto entre os privados, o aumento fica em 6,7% .

Uma puxada da Selic para cima ainda em 2013, que é precificada pelos agentes na curva de juros futuros da BM&FBovespa, teve como resposta o primeiro aumento da taxa média de juros nos últimos dez meses.

"O mercado pediu e continua a pedir aumento dos juros. Os bancos no crédito já estão trabalhando com esse aumento", afirma Waldir Kiel Junior, economista da Hencorp Commcor.

Fonte IG

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