Esse percentual,
alcançado no ano passado, não teve a interferência do processo de aperto
monetário, esperado para os próximos meses.
Os dados de crédito de janeiro divulgados
nesta terça-feira (26/2) pelo Banco Central (BC) indicam um cenário
similar ao observado no ano de 2012, quando o apetite dos tomadores se
mostrou enfraquecido, mesmo com o esforço das instituições públicas em
estimular as concessões.
No entanto, enquanto no ano passado atravessávamos um período de
afrouxamento monetário, com seguidas reduções na taxa básica de juros, a
expectativa do mercado agora é que a autoridade inicie um novo ciclo de
aperto no segundo semestre de 2013.
Soma-se a esse ambiente a tendência natural de um crescimento menor
do crédito a cada ano que passa, dado o próprio avanço na base de
comparação.
Como consequência desses dois pontos,
dificilmente veremos a expansão do crédito neste ano superar os 16,2%
alcançados em 2012 - em 2011, o aumento foi de 19%, e em 2010, de 20,6%.
"Mantemos a perspectiva de que o crédito evoluirá num ritmo mais
moderado em 2013", diz a equipe da LCA Consultores, em relatório.
A expectativa por uma elevação da Selic decorre da persistente
pressão inflacionária, que traz no bojo a inadimplência, que, embora
relativamente estável, encontra-se estabilizada em um patamar alto.
"A inflação alta, quase fora da meta, é uma sinalização péssima para
quem oferta crédito", nota João Augusto Salles, analista da Lopes Filho
Consultores de Investimentos.
"O nível ainda elevado da inadimplência mantém os bancos privados na
defensiva", pondera Alberto Ramos, do Goldman Sachs, em nota.
Ou seja, a tendência que já prevalece desde o ano passado, de maior
participação das instituições públicas nas concessões, por ordem do
governo, em detrimento de uma atuação maior dos bancos privados, não tem
perspectiva de alteração no curto prazo.
Em 12 meses, até janeiro, o saldo dos públicos apresenta incremento
de 28,2%, enquanto entre os privados, o aumento fica em 6,7% .
Uma puxada da Selic para cima ainda em 2013, que é precificada pelos
agentes na curva de juros futuros da BM&FBovespa, teve como resposta
o primeiro aumento da taxa média de juros nos últimos dez meses.
"O mercado pediu e continua a pedir aumento dos juros. Os bancos no
crédito já estão trabalhando com esse aumento", afirma Waldir Kiel
Junior, economista da Hencorp Commcor.
Fonte IG
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