sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Os bastidores do Debate do Plebiscto sobre a divisão do Pará na RBATV

Debate: ataques no ar, simpatia nos bastidores (Foto: Everaldo Nascimento)O debate da RBATV foi o primeiro a reunir os quatro deputados que presidem as frentes a favor e contra a criação dos Estados de Carajás e do Tapajós. O encontro aconteceu um dia após o programa da Frente Pró-Carajás ter feito críticas diretas ao governador do Pará, Simão Jatene. Como todas as frentes são presididas por deputados aliados ao Jatene, o clima inicial foi de tensão. O deputado federal que preside a Frente Pró-Tapajós, Lira Maia (DEM), e o deputado estadual João Salame (PPS), presidente da Frente Pró-Cajarás, foram os primeiros a chegar ao prédio da RBA. Antes do debate, ainda se reuniram com o marqueteiro Duda Mendonça, responsável pela campanha do ‘Sim’, para as últimas instruções.
Lira Maia surpreendeu ao chegar acompanhado da prefeita de Santarém, Maria do Carmo Martins (PT), sua adversária histórica em Santarém. Os dois estão em armistício para divulgar a tese separatista. Os presidentes das frentes contra a criação do Tapajós e do Carajás, deputado estadual Celso Sabino (PR) e deputado federal Zenaldo Coutinho (PSDB), chegaram em seguida, acompanhados pelo marqueteiro Orly Bezerra, um dos responsáveis pela campanha do ‘Não’. Os quatro foram recebidos pelo diretor-geral do grupo RBA, Camilo Centeno, e pelo diretor-presidente do DIÁRIO, Jader Barbalho Filho.
Apesar da tensão inicial e dos ataques feitos em perguntas, réplicas e tréplicas, o clima, ao final, foi de confraternização. Os deputados Lira Maia, João Salame, Zenaldo Coutinho e Celso Sabino trocaram cumprimentos e todos disseram estar satisfeitos com o debate.
“Tivemos oportunidade de mostrar que essa divisão interessa a apenas meia dúzia de políticos oportunistas”, disse Sabino. Para Zenaldo, o grupo do ‘Sim’ “insistiu em repetir propostas indecentes”. “Mas a população já está vacinada. A prova mais evidente são as pesquisas. A gente tem se baseado em dados oficiais, e não em estudos encomendados”, afirmou Coutinho.
O presidente da Frente Pró-Carajás, João Salame, foi indagado sobre as relações com o governo após o programa que criticou Simão Jatene e disse não ver problemas. “Estamos debatendo é se a criação dos novos Estados é boa ou não. Não estamos debatendo se somos contra ou a favor do governo. Sou aliado. Não sou serviçal. Até onde está aliança for interessante para o governador e para mim, para nosso partido, continuaremos juntos sem problema nenhum”.
Para Lira Maia, a divisão é um sonho de muitos anos. “O próprio governador deveria ser ‘Sim’ porque a nossa proposta traz de fato uma solução para os problemas do Pará.”
MARQUETEIROS
Diferente da hostilidades esperada, os marqueteiros Duda Mendonça e Orly Bezerra deram um show de civilidade. Trocaram cumprimentos, falaram de amenidades e até posaram, juntos, para fotos. Duda reclamou que está há vinte dias sem sair do hotel. Orly provocou: “A campanha deve estar dando trabalho, não é?”
Indagados sobre a avaliação dos deputados, o baiano Duda disse que os deputados do ‘Sim’ venceram todos os blocos do programa, segundo os quatro grupos de pesquisa qualitativa contratados por ele. Orly Bezerra confessou que tinha apenas um grupo de pesquisa, mas garantiu que, pela avaliação desse grupo, os deputados do ‘Não’ é que venceram.
Para Duda, o resultado ainda pode surpreender. “Quem diz quem vai vencer é o povo”, disse, referindo-se às pesquisas que indicam a vitória do ‘Não’. “Fizemos o melhor que pudemos e acho que essa é uma eleição que pode surpreender”, concluiu. Para Orly Bezerra, o debate foi bom para esclarecer o eleitor. “Mas não acredito que vá influenciar no resultado”. 
 
Fonte: Diário do Pará

Um comentário:

  1. Anônimo3/12/11

    ORGULHO BESTA NÃO ENCHE BARRIGA, É PRECISO ACABAR COM A MISÉRIA DO PARÁ

    Pelo menos para alguma coisa serviu o passeio da equipe da Rede Globo pelo Pará: para mostrar ao Brasil, em palco tão reluzente, e aos próprios paraenses, o que todos vemos todos os dias, isto é, quadros de aguda e vergonhosa miséria que infelicita este Estado em todos os seus quadrantes.

    Miséria encontra-se pelo País todo, mas não na intensidade e na extensão com que se verifica, por exemplo, em Belém. Não existe no Brasil uma cidade deste porte com tamanha exposição de feridas sociais tão desumanas. Metade da população desta cidade vive nas famosas Baixadas, como aqui chamamos as favelas. Milhares de famílias vivem literalmente dentro da lama, na borda dos igarapés imundos, nos ambientes mais infectos imagináveis.
    Situações semelhantes, obviamente em ponto menor, observa-se em Marabá, Santarém, Ananindeua, Castanhal, em Breves e em todo o paupérrimo Marajó, assim como em todo o vasto interior. Parece que pouco mudou nesta parte da Amazônia depois de 1835, quando os Cabanos viviam tão explorados e excluídos que, em certo tempo, quando morriam, seus corpos eram jogados aos urubus. Só eram dadas sepulturas aos brancos.
    Por que será que, numa região tão rica em bens naturais, a maioria dos seus habitantes amarga uma miséria tão desgraçada assim?
    Pois é esse panorama de tristeza e de revolta que está subjazendo à campanha do plebiscito do próximo dia 11 de dezembro. No começo da campanha, os do Não diziam que Carajás era rico e que o Tapajós era pobre. Os de lá diziam que Belém concentrava a maior parte da riqueza do tesouro estadual, o que é verdade, mas não toda.
    Nesta última semana Sins e Nãos parecem ter caído na real e passaram a eleger a miséria como cabo eleitoral comum,
    VAMOS DEIXAR O ORGULHO DE LADO, É PRECISO TER VERGONHA DESSA MISÉRIA. DIGA SIM AO DESENVOLVIMENTO DO NOVO PARÁ
    77 e 77

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