terça-feira, 19 de abril de 2011

Três servidores da Alepa são detidos

Doze Promotores do Grupo Especial de Prevenção e Repressão às Organizações Criminosas (Geproc) e um delegado da Polícia Civil, realizaram, na manhã desta terça-feira (19), uma devassa em documentos da Assembleia Legislativa em busca de indícios da participação de 12 deputados estaduais em fraudes em empréstimos na Casa.  A casa do ex-deputado Domingos Juvenil (PMDB) também foi uma das residências alvo do grupo.




A operação visa o cumprimento de quatro mandados de prisão provisória contra servidores da Alepa, além de 12 mandados de busca e apreensão, incluindo um na casa do ex-presidente da Alepa, Domingos Juvenil. A prisão provisória é válida por cinco dias, prorrogáveis por mais cinco.


Os Promotores do Ministério Público Estadual se reuniram, a portas fechadas, com o presidente da Assembleia Legislativa, Manuel Pioneiro, e saíram sem falar com a imprensa. Eles seguiram para o departamento financeiro da Casa.



Três servidores foram detidos durante a operação. São eles: Jorge Moisés Caddah, Semmel Charone Palmeira e Daura Irene Xavier Hage. Eles foram levados para a sede do Ministério Público Estadual, onde prestam depoimento ao delegado Rogério Moraes, que preside o inquérito, pela DIOE (Divisão de Operações Especiais da Polícia Civil).

 

A quarta servidora, Euzilene Maria Lima Araújo, não foi encontrada mas, segundo o promotor Milton Menezes, o advogado de Euzilene prometeu levá-la para prestar depoimento ainda na tarde de hoje.

Outro mandado de busca e apreensão cumprido foi na casa do ex-deputado estadual José Robson do Nascimento, mais conhecido como Robgol. Em sua residência foi encontrado quase meio milhão de reais em espécie e uma quantia de R$ 40 mil em vale-alimentação. 'Ele não será detido pois não trabalha mais na casa, mas provavelmente responderá processo na Justiça', explicou.

Entre o material apreendido também foram encontrados na casa de Daura Irene Xavier Hage R$ 23 mil em espécie, cerca de R$ 10 mil em vale alimentação da Assembleia Legislativa, além de muitos contra-cheques de terceiros. 

'Em geral apreendemos muitos documentos que tratam sobre funcionários e estagiários da Alepa, além de contra-cheques que não são de pessoas que moram com os funcionários, o que pode caracterizar a contratação de funcionários 'fantasmas'. Em algumas residências encontramos 50, até 100 contra-cheques. Vamos investigar', contou o promotor.

 
Ele explica ainda que as detenções por cinco dias, podendo ser prorrogadas por mais cinco, tem um motivo. 'Por eles ainda serem funcionários da Casa, possuem em suas residências possíveis provas as irregularidades e se não fossem detidos, poderiam por fim antes que nós conseguissemos tê-lás em mãos', finalizou.


Depoimento - A única servidora da Alepa (Assembleia Legislativa do Pará) exonerada por conta do caso de fraudes no pagamento da folha salarial da instituição, Mônica Alexandra da Costa Pinto, prestaria depoimento no inquérito da Polícia Civil, que apura essas denúncias, mas não deve comparecer à delegacia. Segundo informou o advogado dela, Luciel Caxiado, ela está protegida por habeas corpus. 'No processo só havia cópia dos documentos bancários, nenhum original, por isso entramos com o habeas corpus', disse o defensor.


O depoimento dela estava marcado para acontecer na tarde desta terça-feira (18), na Dioe.

Fonte ORM

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