Um estudo com 20 mil mulheres revelou uma associação entre a iniciação sexual precoce e índices mais elevados de câncer do colo do útero.
O objetivo da pesquisa era entender por que mulheres mais pobres correm maior risco de desenvolver esse tipo de câncer.
Os especialistas constataram que essas mulheres tendem a iniciar sua vida sexual em média quatro anos antes do que mulheres de classes sociais mais elevadas.
Por conta disso, elas entrariam em contato mais cedo com o vírus que leva ao desenvolvimento do câncer do colo do útero, dando ao vírus mais tempo para produzir a longa cadeia de eventos que, anos mais tarde, levaria ao câncer.
Acreditava-se anteriormente que a disparidade era resultado de baixos índices de controle preventivo em regiões mais pobres.
O estudo, feito pela International Agency for Research on Cancer, parte da Organização Mundial de Saúde (OMS), foi publicado na revista científica British Journal of Cancer.
Sem explicação
Embora a diferença na incidência do câncer do colo do útero entre ricos e pobres - verificada em todo o mundo - tenha sido constatada há muitos anos, os cientistas não sabiam explicá-la.
Especialmente porque os índices de infecção pelo vírus HPV (sigla inglesa para papiloma vírus humano) - uma infecção transmitida sexualmente que é responsável pela maioria dos casos de câncer do colo do útero - pareciam ser semelhantes em todos os grupos.
O estudo confirmou que os índices mais altos de câncer do colo do útero não estavam associados à maior incidência de infecção pelo HPV.
O que a pesquisa revelou foi que o risco, duas vezes mais alto, é explicado pelo fato de que mulheres mais pobres iniciam sua vida sexual mais cedo.
A idade em que uma mulher tem seu primeiro filho também pareceu ser um fator importante.
O estudo revelou que exames preventivos, como o Papa Nicolau, exercem um certo efeito sobre o nível de risco.
Mas o número de parceiros sexuais que uma mulher tem, e o hábito de fumar, não pareceram interferir nos resultados.
Tempo
A responsável pelo estudo, Silvia Franceschi, disse que os resultados não se aplicam apenas a jovens adolescentes. Por exemplo, o risco de desenvolver câncer do colo do útero também é maior em mulheres que tiveram sua primeira relação sexual aos 20 ao invés dos 25 anos.
"No nosso estudo, mulheres mais pobres se tornaram sexualmente ativas em média quatro anos antes".
"Então, elas também podem ter sido infectadas pelo HPV mais cedo, dando ao vírus mais tempo para realizar a longa sequência de eventos que são necessários para o desenvolvimento do câncer".
A representante da entidade britânica de pesquisas sobre o câncer Cancer Research UK, Lesley Walker, disse que o estudo levanta questões importantes.
"Embora mulheres possam ser infectadas pelo HPV a qualquer idade, a infecção em idade menor pode ser especialmente perigosa, já que (o vírus) tem mais tempo para causar os danos que levam ao câncer".
"Os resultados parecem reforçar a necessidade de vacinação contra o HPV em escolas, antes que (as meninas) comecem a ter relações sexuais, especialmente entre meninas de áreas mais pobres".
OGlobo
O objetivo da pesquisa era entender por que mulheres mais pobres correm maior risco de desenvolver esse tipo de câncer.
Os especialistas constataram que essas mulheres tendem a iniciar sua vida sexual em média quatro anos antes do que mulheres de classes sociais mais elevadas.
Por conta disso, elas entrariam em contato mais cedo com o vírus que leva ao desenvolvimento do câncer do colo do útero, dando ao vírus mais tempo para produzir a longa cadeia de eventos que, anos mais tarde, levaria ao câncer.
Acreditava-se anteriormente que a disparidade era resultado de baixos índices de controle preventivo em regiões mais pobres.
O estudo, feito pela International Agency for Research on Cancer, parte da Organização Mundial de Saúde (OMS), foi publicado na revista científica British Journal of Cancer.
Sem explicação
Embora a diferença na incidência do câncer do colo do útero entre ricos e pobres - verificada em todo o mundo - tenha sido constatada há muitos anos, os cientistas não sabiam explicá-la.
Especialmente porque os índices de infecção pelo vírus HPV (sigla inglesa para papiloma vírus humano) - uma infecção transmitida sexualmente que é responsável pela maioria dos casos de câncer do colo do útero - pareciam ser semelhantes em todos os grupos.
O estudo confirmou que os índices mais altos de câncer do colo do útero não estavam associados à maior incidência de infecção pelo HPV.
O que a pesquisa revelou foi que o risco, duas vezes mais alto, é explicado pelo fato de que mulheres mais pobres iniciam sua vida sexual mais cedo.
A idade em que uma mulher tem seu primeiro filho também pareceu ser um fator importante.
O estudo revelou que exames preventivos, como o Papa Nicolau, exercem um certo efeito sobre o nível de risco.
Mas o número de parceiros sexuais que uma mulher tem, e o hábito de fumar, não pareceram interferir nos resultados.
Tempo
A responsável pelo estudo, Silvia Franceschi, disse que os resultados não se aplicam apenas a jovens adolescentes. Por exemplo, o risco de desenvolver câncer do colo do útero também é maior em mulheres que tiveram sua primeira relação sexual aos 20 ao invés dos 25 anos.
"No nosso estudo, mulheres mais pobres se tornaram sexualmente ativas em média quatro anos antes".
"Então, elas também podem ter sido infectadas pelo HPV mais cedo, dando ao vírus mais tempo para realizar a longa sequência de eventos que são necessários para o desenvolvimento do câncer".
A representante da entidade britânica de pesquisas sobre o câncer Cancer Research UK, Lesley Walker, disse que o estudo levanta questões importantes.
"Embora mulheres possam ser infectadas pelo HPV a qualquer idade, a infecção em idade menor pode ser especialmente perigosa, já que (o vírus) tem mais tempo para causar os danos que levam ao câncer".
"Os resultados parecem reforçar a necessidade de vacinação contra o HPV em escolas, antes que (as meninas) comecem a ter relações sexuais, especialmente entre meninas de áreas mais pobres".
OGlobo
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