terça-feira, 6 de outubro de 2009

Índios ocupam sede da FUNAI em Itaituba

Nesta terça-feira (6), a ocupação dos índios Munduruku na sede na Funai (Fundação Nacional do Índio), em Itaituba, completa nove dias. Até agora, nenhum representante do órgão em Brasília foi até o município, no sudoeste paraense, negociar com as lideranças indígenas. Cerca de 50 caciques pedem mais atuação da Funai na região.

De acordo com Jaime Rodrigues, administrador susbtituto da Funai em Itaituba, os índios pedem a presença do presidente nacional, Márcio Augusto Freitas de Meira, para encerrar a ocupação. 'Já entramos em contato com Brasília diversas vezes. Ficaram de dar uma resposta aos índios amanhã, às 9h', disse. Caso isso não aconteça, os manifestantes prometem radicalizar o movimento, que até agora é pacífico.

'Tudo está normal até agora, não houve confusões. Mas se a Funai não atender as reivindicações dos indígenas, eles prometem ocupar toda a sede e até pode haver reféns', avisa Jaime. Os Munduruku pedem melhores condições para as 106 aldeias da região de Jacareacanga. Eles reclamam que não têm assistência da Funai.

'Eles reclamam de várias situações, entre elas o andamento dos projetos da Funai, que darão mais estrututa para as aldeias', disse. Segundo Jaime, os cafiques dizem que não têm assistência para a realização de tarefas básicas para a subsistência, como o extrativismo.

O administrador pede sensibilidade aos representantes da Funai em Brasília. 'Já não tenho mais argumentos para negociar com eles, pois o poder todo está em Brasília. Não temos gerência para tomar qualquer decisão, no máximo pequenas questões relacionadas ao dia-a-dia, no improviso. Falta sensibilidade das autoridades. Será que em quase dez dias de ocupação, a Funai não poderia mandar alguém negociar aqui?', questiona.

Segundo Jaime, desde o início da ocupação, a Funai liberou verbas que estavam pendente para algunas projetos. Mas segundo ele, mais do que a liberação dos recursos para as aldeias, os índios querem respeito. 'Eles são cidadãos como qualquer outro. Merecem atenção. Há anos o presidente da Funai promete vir ao município e até agora nada. Por isso, eles se sentem discriminados, deixados em segundo plano', completa Jaime.



ORM

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