A governadora Ana Júlia Carepa homologou ontem a situação de emergência na cidade de Altamira, região oeste do Pará. Após sobrevoar boa parte do município pela manhã, a governadora visitou um dos abrigos e percorreu o Baixão do Tufi, um dos 11 bairros afetados pelas águas das chuvas.
A situação de emergência permite a dispensa de licitação, tanto para a prefeitura quanto para o Estado, nas compras e contratações de serviços destinados a atender a população atingida pelas águas. Em Altamira, o rompimento de barragens arrastou casas e estabelecimentos comerciais e provocou perdas de eletrodomésticos, móveis e outros objetos.
Com a situação de emergência, o governo vai poder acelerar os trabalhos de recuperação da ponte sobre a rodovia Ernesto Acioly, arrastada pela força da enxurrada.
Com a situação de emergência, o governo vai poder acelerar os trabalhos de recuperação da ponte sobre a rodovia Ernesto Acioly, arrastada pela força da enxurrada.
ÁGUA POTÁVEL - A Cosanpa (Companhia de Abastecimento do Pará) também já anunciou a compra, no comércio local, de 20 reservatórios de água e abertura de torneiras públicas para atender a população que usava água de poço. No bairro da Aparecida, onde foi interrompido o serviço de abastecimento de água, os trabalhos de reconstrução da adutora devem ser concluídos em cinco dias. A governadora informou que equipes do Instituto de Perícias Científicas Renato Chaves, da Delegacia de Meio Ambiente e da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Polícia Civil e Polícia Federal estão levantando todos os detalhes para identificar até que ponto o rompimento das barragens contribuiu para deixar a cidade debaixo d´água.
O deputado estadual Domingos Juvenil, presidente da Assembléia Legislativa, que acompanhou a governadora na visita a Altamira, disse que muitas associações profissionais e empresariais estão dispostas a fazerummutirão para a limpeza urbana.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) decidiu ontem engrossar a corrente de apoio às vítimas da enchente na cidade de Altamira. Através de sua superintendência no Pará, o instituto informou ontem que, com o apoio de suas gerências e escritórios em todo o Estado, vai fazer a doação de madeira para os desabrigados naquele município. No último domingo, centenas de famílias perderam suas casas devido a uma súbita elevação do nível das águas de três igarapés que cortam a cidade – Altamira, Ambé e Panelas –, supostamente em decorrência do rompimento de três barragens localizadas às proximidades da sede do município. A madeira que o Ibama se dispõe a doar deverá ser utilizada pela prefeitura na construção de casas destinadas às famílias cujas moradias foram destruídas pela força das águas.
Até ontem, três dias depois do desastre, persistia ainda a imprecisão dos números em relação aos desabrigados. Os últimos levantamentos, porém, sugerem que cerca de cinco mil pessoas estão desabrigadas, ou porque tiveram suas casas destruídas ou porque foram desalojadas temporariamente pela subida das águas.
Ontem, numa ação coordenada pelo governo do Estado, foram entregues em Altamira, com a presença da governadora, 2.500 cestas básicas e mil colchões, além de cobertores, água potável e medicamentos. A Defesa Civil observou ontem que, graças à intensa mobilização desencadeada no domingo, é grande a quantidade de doações feitas espontaneamente pela população, compreendendo principalmente roupas, agasalhos e alimentos. A Defesa Civil alertou, porém, que há uma carência muito grande de remédios e artigos de limpeza e higiene pessoal, além de água potável.
A secretária executiva da Defesa Civil de Altamira, Jane Maranhão, informou ontem que existem no município cerca de 60 barragens, em sua quase totalidade de pequeno porte. Algumas, porém, armazenam volumes expressivos de água, conforme admitiu, e podem oferecer riscos reais na hipótese de rompimento, já que acabariam fatalmente engrossando os igarapés que cruzam a cidade, como já aconteceu no último domingo.
Para piorar as coisas, no vale localizado abaixo da represa, e que os moradores locais chamam de “baixão”, reside um grande número de famílias de pequenos agricultores. Preocupados com a situação da barragem e alarmados pelos boatos de que ela poderia se romper a qualquer momento, os moradores da área constituíram uma comissão para exigir da Defesa Civil uma inspeção no local.
Diário do Pará
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