domingo, 15 de fevereiro de 2009

Crime Organizado em Itaituba e desmontado pela polícia

Depois de apreender grande quantidade de munição e armas na noite de sexta-feira 13, na pequena e pacata comunidade Campo Verde, entroncamento das rodovias Transamazônica e Santarém Cuiabá, na altura do km 30, município de Itaituba sudoeste do Estado; policiais do Divisão e Repreensão ao Crime Organizado afirmam que a pequena vila se tornou rota do tráfico de drogas e armas pesadas de uso exclusivo do exército brasileiro.
Enquanto a comunidade praticava hospitalidade com seus visitantes, algumas pessoas, tidas como "perigosas" se aproveitavam da simplicidade do povo e se infiltraram entre os moradores com objetivo de montar na comunidade um esconderijo de assaltantes.
O plano dos bandidos chegou ao conhecimento da população quando seis pessoas de uma quadrilha especializada em assaltos à bancos foi presa pela polícia militar de Itaituba. Depois de assaltar na terça-feira, 11 uma loja de perfumes no centro da cidade, pelo menos dois do bando, segundo informações se deslocaram para a comunidade Campo Verde, onde permaneceram por dois dias e foram acobertados por um dos moradores da comunidade.
Com os assaltantes a polícia apreendeu dois revolveres calibre 38 carregados, além de nove celulares e parte dos produtos furtados da loja de perfumes. Na quinta-feira, investigadores do DRCO, GPE, 19ª Seccional de Itaituba, juntamente com policiais militares, foram até a comunidade Campo Verde e apreenderam duas barracas de acampamento, um colchonete, duas máscaras tipo "brucutu", usadas para praticar assaltos; um rifle calibre 44 e noventa munições calibre 38 e de fuzil 7,95.
Na sexta-feira pela manhã a polícia foi informada que Belmonte de Souza Monte, residente no km 35 tinha dado cobertura e escondido um dos integrantes da quadrilha, conhecido por "Chico Maneiro", um dos bandidos que guardava as armas. Depois da informação a polícia foi até a residência de Belmonte de Souza e encontrou três armas de grosso calibre, várias cartuchos e munições de fuzil 7,95; uma máscara tipo "brucutu"; diversos uniformes de uso exclusivo do exército com a logomarca do 53º Batalhão de Infantaria de Selva, com sede em Itaituba. As armas estavam escondidas em um buraco na cozinha da residência e as munições em local difícil acesso.
Belmonte de Souza Monte foi preso em flagrante e conduzido a 19ª Seccional de Polícia, onde o mesmo foi ouvido, feito procedimento e encaminhado para a Justiça.
Em depoimento ao escrivão Haroldo Macedo, Belmonte disse que as armas eram de seu pai, que faleceu e agora pertencem a sua mãe. Em julho de 2006 Belmonte fugiu da antiga delegacia de polícia de Itaituba, onde estava preso acusado de tráfico de drogas. De acordo com o delegado Thiago Rabelo, apesar da informação de que foi revogada a sua prisão, mas o delegado vai informar a corregedoria da polícia civil e solicitar averiguação, pois o mesmo afirma que na época saiu pela porta da frente, sem abrir cadeado... "queremos saber se houve facilitação", pondera o delegado.
Belmonte de Souza Monte não quis falar com a imprensa, mas seu advogado afirmou que apesar da polícia ter encontrado armas na residência do seu cliente, "de concreto não tem nada. Até agora só arma foi apreendida em sua residência, mas não há ligação com o assalto na loja". Quanto às armas e os uniformes do exército, o advogado disse que seu cliente serviu o exército e alguns de seus irmãos também serviram e por isso tinha os uniformes, "mas isso não tem nada a ver".
Segundo o investigador Marcelo do DRCO/Belém, o bando já vinha sendo investigado, a partir de Belém e monitorados através de celulares dos integrantes da quadrilha e somente depois de constatar que o bando estaria em Itaituba, policiais do DRCO se deslocaram para a cidade.
Ainda segundo o delegado Thiago Rabelo a quadrilha já tinha feito levantamento dos horários de vôos do avião que transporta valores do Banco do Brasil para os municípios de Itaituba, Rurópolis e Novo Progresso. "Também estavam monitorando os dias e horários que os tesoureiros das prefeituras de Aveiro e Trairão saiam da cidade de Itaituba com dinheiro e tinham conhecimento de que em Itaituba tem várias lojas de compra e venda de ouro, mas não tem guarnição suficiente para garantir a segurança dos valores existentes nesses estabelecimentos. "O plano era fazer uma base em Itaituba e assaltar nos municípios da região. Porém, dada a facilidade para praticar assaltos a cidade, eles decidiram permanecer mais tempo aqui". "A sorte deles é que assaltantes de fora não se criam em Itaituba", concluiu o delegado Thiago Rabelo. A polícia descobriu também, que "a quadrilha é comanda por assaltante que está preso em Belém e por telefone comanda o bando na região".




Com informaçoes de Lucio Freire Provincia do Tapajos

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