O deputado Rodrigo Maia
(DEM-RJ) obteve 293 votos e se reelegeu nesta quinta-feira (2) em primeiro
turno presidente da Câmara para o biênio 2017-2018.
Ele derrotou outros cinco
candidatos que também estavam na disputa: Jovair Arantes (PTB-GO), Luiza
Erundina (PSOL-SP), Júlio Delgado (PSB-MG), André Figueiredo (PDT-CE) e Jair
Bolsonaro (PSC-RJ).
No total, votaram 504 dos 513
deputados. Para ser eleito em primeiro turno, Maia necessitava de pelo menos
metade mais um dos votos (253). Confira a votação de cada um:
Rodrigo Maia: 293 votos
Jovair Arantes: 105 votos
André Figueiredo: 59 votos
Júlio Delgado: 28 votos
Luíza Erundina: 10 votos
Jair Bolsonaro: 4 votos
Votos em branco: 5
Após a eleição do presidente,
a Câmara elegeu os demais integrantes da Mesa Diretora: os dois
vice-presidentes, os quatro secretários e os quatro suplentes de secretaria.
Saiba quem são todos os integrantes da mesa diretora da Câmara
A candidatura de Maia chegou a
ser contestada na Justiça pelos adversários, mas uma decisão liminar
(provisória) do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), na
noite de quarta-feira (1º) permitiu que ele participasse da disputa.
Por isso, Maia esperou a
definição do Supremo para só então fazer o registro oficial da sua candidatura,
o que aconteceu a uma hora e meia do fim do prazo - veja como foi a reeleição
de Maia no vídeo abaixo.
Rodrigo Maia recebe 293 votos
e é reeleito presidente da Câmara dos Deputados
O argumento dos rivais era que
a Constituição e o regimento interno da Câmara proíbem a reeleição na mesma
legislatura (a atual termina em fevereiro de 2019).
Maia, por sua vez, afirmava
que havia sido eleito em julho de 2016 para um mandato-tampão de seis meses, em
substituição a Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que renunciou à presidência da Câmara
em julho do ano passado.
Mesmo com as ações judiciais
em curso, o deputado fluminense já vinha articulando nos bastidores para ser
reconduzido ao cargo.
Como resultado das
negociações, Maia conseguiu montar um bloco parlamentar que reuniu 13 partidos,
totalizando 358 deputados. Entre os integrantes do bloco estavam PMDB, PSDB,
PP, PR, PSD, PSB, DEM, PRB, PTN, PPS, PHS, PV e PTdoB.
A estratégia também visava
garantir as vagas na Mesa Diretora, uma vez que a distribuição é feita de
acordo com o tamanho dos blocos ou partidos.
O número de deputados reunidos
no bloco de Rodrigo Maia foi suficiente para que o grupo ocupe todas as vagas
titulares da Mesa Diretora.
Veja o discurso de Rodrigo
Maia (DEM-RJ) à presidência da Câmara dos Deputados
Discurso prévio
Em seu discurso antes da
votação (veja no vídeo acima), Rodrigo Maia defendeu a independência entre os
três poderes e criticou os questionamentos na Justiça para decidir sobre
questões relativas à Câmara dos Deputados. “Muito se fala em independência,
mas, mais uma vez, o ator principal da nossa eleição foi o Poder Judiciário e,
por incrível que pareça, por decisão dos próprios políticos”, disse.
E continuou: “Todas as nossas
decisões acabam sendo elevadas ao Judiciário, pegamos ações contra
parlamentares e vamos para a porta da PGR [Procuradoria Geral da República] e
do Supremo para dizer que aqui está a solução para o nosso problema”.
Ele fez um breve balanço dos
sete meses em que esteve à frente do comando da Câmara numa espécie de
mandato-tampão. “Conseguimos com muito equilíbrio coletivo, com muita harmonia,
conduzir os trabalhos dessa Casa num momento em que as relações pessoais,
inclusive no plenário, eram de um radicalismo nunca antes visto nessa Casa”,
disse.
Maia afirmou que vai trabalhar
para combater informações falsas que circulam contra a Câmara dos Deputados,
principalmente nas redes sociais. “Nós vamos precisar construir de forma rápida
uma estrutura para que a Casa possa ser defendida, para que a instituição possa
falar com milhões de brasileiros que hoje só ouvem mentiras contra esse
parlamento”, disse.
Presidente da Câmara
Como atualmente o país não tem
vice-presidente da República, o presidente da Câmara é o primeiro na linha de
sucessão do Executivo. Maia assumirá o comando do Palácio do Planalto sempre
que Temer viajar para o exterior.
À frente da Câmara, Maia
continuará com a tarefa de definir a pauta de votações após consulta aos
líderes partidários. Aliado do Palácio do Planalto, o presidente reeleito da
Câmara tem defendido a aprovação das principais medidas econômicas propostas
por Michel Temer, como a Reforma da Previdência.
Lava Jato
Em pré-delação ao Ministério
Público Federal, o ex-diretor da Odebrecht Cláudio Melo Filho disse que Maia
era o ponto de interlocução dentro da Câmara na defesa dos interesses da
empresa.
Afirmou também que o
parlamentar teria recebido um pagamento de R$ 500 mil em 2010.
Maia contesta a acusação e diz
que todas as doações recebidas foram legais e declaradas ao TSE, além de nunca
ter recebido vantagem indevida para voltar qualquer matéria na Casa.
Mesa diretora
Depois da eleição de Rodrigo
Maia, os deputados escolheram os demais integrantes da Mesa Diretora. Além do
presidente, os deputados também votaram para eleger dois vice-presidentes,
quatro secretários e quatro suplentes de secretários.
A principal surpresa foi a
eleição do primeiro-vice-presidente. O deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA),
que era o candidato oficial da bancada do PMDB e tinha o apoio do Palácio do
Planalto, sequer foi para o segundo turno. Ele obteve 133 votos e ficou em
terceiro lugar.
Lúcio é irmão do ex-ministro
Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo), um dos principais aliados de Temer.
Geddel caiu em novembro após vir à tona a denúncia de que ele pressionou para
que uma obra embargada onde tem um imóvel fosse liberada.
No total, votaram 504 dos 513
deputados. Para ser eleito em primeiro turno, o deputado necessitava de pelo
menos metade mais um dos votos (253). Nos casos da 1ª vice-presidência e da 3ª
secretaria, houve segundo turno de votação. Confira a votação de cada um:
1º vice-presidente
Fábio Ramalho (PMDB-MG) -
eleito em 2º turno com 265 votos [venceu Osmar Serraglio (PMDB-PR), 204 votos]
2º vice-presidente
André Fufuca (PP-MA) - eleito
com 283 votos
1º secretário
Giacobo (PR-PR) - eleito com
406 votos
2º secretário
Mariana Carvalho (PSDB-RO) -
eleita com 416 votos
3º secretário
JHC (PSB-AL) - eleito em 2º
turno com 240 votos [venceu João Fernando Coutinho (PSB-PE), 220 votos]
4º secretário
Rômulo Gouveia (PSD-PB) -
eleito com 433 votos
Suplentes eleitos
Dagoberto (PDT-MS)
Pedro Uczai (PT-SC)
César Halum (PRB-TO)
Carlos Manato (SD-ES)
Fonte: G1
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