sábado, 30 de abril de 2016

Programa deve prejudicar cerca de 36 milhões de pessoas

Ao criticar a proposta do vice-presidente Michel Temer para a área social, o governo apontou que a ideia de focar as políticas nos 5% mais pobres da população vai desamparar 36 milhões de beneficiários do Bolsa Família — ou 78% de todo o público do programa. O impacto foi calculado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), com base nas informações do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal. O ministério divulgou um texto com as conclusões sem citar no nome de Temer.

Ao sugerir que o documento Travessia Social, como foi batizada a proposta de Temer, desconhece os dados sobre a população mais pobre do país, o MDS divulgou um perfil da parcela que deixaria de ser prioridade num eventual futuro governo PMDB: 47% estão no Nordeste e 26% no Sudeste, 44% têm até 15 anos, e 63% vivem com renda declarada abaixo dos R$ 77 mensais, considerada a linha da extrema pobreza no país.
O ministério afirma que, segundo o documento da equipe de Temer, essas pessoas são caracterizadas como “incluídas” no sistema produtivo, para em seguida observar que a renda de boa parte não ultrapassa a linha da extrema pobreza.
A descrição dos 5% mais pobres no plano de Temer, segundo o governo, também é equivocada: “grupos humanos esparsos, vivendo em pequenas comunidades isoladas”. O MDS diz que, na verdade, 45% dessas pessoas vivem na região Nordeste. A segunda maior parcela – 20,5% – está no Sudeste, segundo a pasta.
A nota afirma ainda que o Bolsa Família beneficia atualmente 46,7 milhões de pessoas de 13,8 milhões de famílias e paga, em média, R$ 165 por família. O programa, segundo o MDS, acompanha a frequência escolar de 17 milhões de alunos e contribui para reduzir a mortalidade infantil no país. Também foi responsável por reduzir em mais da metade o déficit de altura das crianças.

Fonte: ORM News

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