Foto: Folha de São Paulo |
As contas do setor público, que envolve o governo central,
Estados, municípios e estatais, registraram déficit primário de 9,32 bilhões de
reais em junho, o pior resultado para o mês computado na série histórica
iniciada em dezembro de 2001. O resultado negativo ficou bem acima do
registrado em junho de 2014, quando teve um déficit de 2,1 bilhões de reais. Os
dados foram divulgados nesta sexta-feira pelo Banco Central.
No primeiro semestre, as
contas públicas acumularam superávit primário de 16,2 bilhões de reais, ante
superávit de 29,4 milhões de reais em igual etapa de 2014. Este também é o
menor valor economizado para o pagamento dos juros da dívida pública verificado
na série. No acumulado dos últimos doze meses, houve um déficit primário de
45,7 bilhões de reais, o que corresponde a 0,80% do PIB - novamente, o pior da
história.
As contas só fecharam no
azul nos primeiros seis meses do ano porque os governos regionais (Estados e
municípios) conseguiram economizar, enquanto a União teve mais despesas do que
receita. No semestre, as contas do governo central (governo federal, Banco
Central e Previdência) ficaram com saldo negativo de 8,56 bilhões de reais, à
medida que os poderes regionais conseguiram poupar 56 milhões de reais. Já as
estatais tiveram contribuição negativa de 813 milhões de reais.
Reflexo da baixa
arrecadação e do aumento dos gastos, o resultado de junho veio muito abaixo do
que o esperado por analistas econômicos, cuja mediana das projeções apontava
para um saldo negativo de 2 bilhões de reais. "A despeito das medidas
adotadas tanto no âmbito da recuperação de receitas como contenção de despesas
desde o início do ano, há impacto significativo da atividade econômica sobre a
arrecadação", avaliou o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio
Maciel.
Na última semana, o
governo baixou a meta de economia para o pagamento de juros da dívida deste ano
a 8,74 bilhões de reais, equivalente a 0,15% do PIB, contra 1,1% do PIB
previsto até então. Na mesma ocasião, a equipe econômica da presidente Dilma
Rousseff também deixou em aberto a possibilidade de fechar o ano com déficit
primário de mais de 17 bilhões de reais, caso não consiga obter receitas de
medidas dependentes da aprovação do Congresso.
No projeto de lei que
altera a meta e tramita no Legislativo, há uma cláusula que prevê a
possibilidade de os governos regionais compensaram o rombo do governo central,
e vice-versa.
Fonte: Veja
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