quinta-feira, 24 de abril de 2014

FAB interrompe a retirada de destroços de avião em Jacareacanga

Na noite desta quinta-feira (24), a Força Aérea Brasileira (FAB) suspendeu o trabalho de remoção dos destroços do bimotor que caiu próximo a Jacareacanga, sudoeste do Pará. As equipes devem voltar para a mata e retomar as ações na manhã de sexta (25).
Nesta manhã, um helicóptero da FAB transportou os equipamentos que estão sendo usados no trabalho de retirada do bimotor. Os militares estão usando uma bomba d’água para drenar a área onde o avião caiu, que fica em uma região alagada.

Como o avião está submerso, apenas a calda do bimotor está visível. As equipes também estão usando um equipamento chamado talha, que tem a função de um guindaste para retirar o avião.
A aeronave de matrícula PR-LMN, desaparecida desde o dia 18 de março, foi encontrada na última terça-feira (23) pelo garimpeiro Fausto Pereira. "Vi a mais um menos uns cem metros e me assustei, fiquei assustado. A asa do avião estava meio em pé, aí eu fui e lembrei: ’ah, não é o avião’", relata o garimpeiro.
Militares e voluntários abriram uma clareira para facilitar o acesso até onde o avião foi encontrado. A área é muito íngreme e difícil para descer, o chão é escorregadio, tem muita lama. É preciso andar por cima do tronco de uma árvore para chegar até o ponto exato do local onde está o avião.
Sem sobreviventes
Parentes das cinco vítimas que estavam no avião já foram informados pela FAB que não há sobreviventes. "A gente tinha esperanças sim de que iam encontrar. Foi muito difícil", lamentou a esposa de Luiz Feltrin, piloto do bimotor.

Rosaline Campos, irmã da técnica de enfermagem Rayline Campos, que mandou um SMS antes do avião desaparecer, disse que as famílias estão preocupadas com a operação de resgate. "No momento eu não estou a par disso tudo. Na situação em que nós estamos, a gente só está se concentrando em saber dos resgatas, se tem gente viva ou morta. Não fui eu quem fiquei responsável (pela recompensa)".
Dificuldade
O delegado de Jacareacanga, Lucivelton Santos, acompanha o trabalho de resgate e diz que a geografia dificulta bastante o acesso e remoção do avião . "Estão tentando tirar o avião, só que ele está enterrado em uma grota, que é tipo como se fosse um poço. Tem bastante água e isso deixa o avião pesado", explica.
 

Avião foi localizado na noite de terça-feira (22) (Foto: Divulgação / Polícia Militar)
Avião foi localizado na noite de terça-feira (22)
(Foto: Divulgação / Polícia Militar)
Acidente
O bimotor saiu de Itaituba às 11h40 do dia 18 de março com 5 pessoas a bordo: o piloto Luiz Feltrin, as técnicas de enfermagem Rayline Sabrina Brito Campos, Luciney Aguiar de Sousa e Raimunda Lúcia da Silva Costa, e o motorista Ari Lima.

A aeronave fez o último contato com a torre cerca de uma hora e vinte minutos após a decolagem. A causa do acidente está sendo investigada pelo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa).

Segundo a FAB, a missão de resgate durou 35 dias e envolveu 50 militares. A FAB contabilizou mais de 230 horas de voo e a área coberta ultrapassou a 28 mil km² sobrevoados, equivalente a cinco vezes o território do Distrito Federal, utilizando um helicóptero H-60 Black Hawk, aeronaves P-95 Bandeirante Patrulha e SC-105 Amazonas, além da aeronave de patrulha P-3 AM. O mau tempo na região, especialmente a formação de nevoeiros, a cheia no Rio Tapajós e a vegetação dificultaram os trabalhos.

Fonte: G1 Pará

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