quinta-feira, 20 de março de 2014

'O acesso é impossível', diz secretário sobre buscas por avião

jacareacanga bimotor (Foto: Reprodução/ TV Liberal)Área de busca por terra é de 15 quilômetros adentro de mata fechada. (Foto: Reprodução/TV Liberal)























A busca pelo avião bimotor que desapareceu com cinco pessoas a bordo está sendo prejudicada pela densidade da floresta. De acordo com a Secretaria Municipal de Assuntos Indígenas de Jacareacanga, que auxilia nas buscas, ter acesso às áreas de mata fechada onde possa estar a aeronave é “quase impossível”. “É uma área de mata densa, íngreme, acidentada. O acesso é quase impossível. Estamos exaustos. A mata até prejudica a cabeça da gente. Mas não iremos esmorecer”, declarou o secretário Ivânio Nogueira em entrevista  nesta quinta-feira (20).

Mensagem 3 desaparecida (Foto: Luana Leão/G1)Rayline enviou mensagem para tio antes do avião
desaparecer (Luana Leão / G1 Santarém)
O avião bimotor desapareceu perto de Jacarecanga, sudoeste do Pará, na última terça-feira (18). Segundo o Ministério da Saúde, o grupo estava viajando para fazer substituição de equipes que prestavam atendimento nas aldeias da etnia mundurucu. Entre os passageiros do avião estava a técnica de enfermagem Rayline Campos, que chegou a mandar um SMS para o tio falando dos problemas enfrentados na aeronave. A busca pelo bimotor começou na terça e envolve, além de três aviões oficiais, uma equipe de mais de 60 pessoas.
De acordo com Nogueira, a equipe de buscas terrestre é formada por voluntários, profissionais da Secretaria Especial de Saúde Indigena (Sesai) e da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Os turnos de busca duram cerca de dez horas e tem o desafio de percorrer uma área estimada em 15 quilômetros. “Estamos nos baseando no depoimento de moradores que viram o avião voando baixo, momentos antes de sumir. A partir dessas informações, estabelecimentos a área de busca, que é extensa e dentro de mata fechada”, informou.

Piloto era dono do taxiaéreo

Duas aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) e um helicóptero da Polícia Militar também estão empenhados na procura. Outros aviões menores que estavam na busca devem suspender a participação, por motivos de segurança. “Outros bimotores estavam circulando, mas pedimos que eles cessassem a busca para evitarmos novos acidentes”, conta Nogueira.
De acordo com o secretário, a mobilização de outros pilotos ocorreu porque Luiz Feltrin, o condutor da aeronave desaparecida, era dono da empresa Jotan Taxiaéreo, proprietária do bimotor que transportava a equipe médica de Itaituba até a comunidade indígena de Jacareacanga. “Ele era dono da empresa e um conhecido piloto em Itaituba, com mais de 30 anos de experiência”, informou. A Jotan Taxiaéreo não quis se pronunciar sobre o caso.
Avião Desaparecido Jacareacanga (Foto: Reprodução/TV Liberal)
Avião desapareceu quando chegava em

Jacareacanga. (Foto: Reprodução/TV Liberal)

Mau tempo atrasa buscas

As buscas sofreram atrasos devido ao mau tempo. Durante a manhã desta quinta-feira (20), as aeronaves oficiais não realizaram a procura diante do tempo nublado impossibilitou a visibilidade. Os aviões retomaram o trabalho apenas às 16h.
O capitão da Força Aérea Brasileira (FAB), Alcides Machado, que comanda as buscas pelo bimotor, conta que a sua aeronave já percorreu cerca de 750 quilômetros quadrados durante a busca e explica a dificuldade de trabalhar em mata fechada. “Muitas vezes a gente pensa que um avião que caiu na mata vai abrir uma grande clareira, algo de fácil visualização, mas na verdade não é assim,  a mata, em termos gerais, realmente ‘engole’ a aeronave e caso ela tenha colidido com solo e não pegou fogo, fica mais difícil ainda a localização”.
De acordo com a FAB, após 21h de voos, já foi percorrida 90% da área apontada como provável localização da aeronave. Caso o bimotor de táxi aéreo não seja encontrada ainda nesta quinta-feira (20), outros padrões de busca devem ser adotados.

Entenda o caso

O avião de pequeno porte que transportava uma equipe de profissionais da Secretaria Especial de Saúde Indigena (Sesai) até uma aldeia indígena de Jacareacanga, no sudoeste do Pará desapareceu na última terça-feira (18). Aeronaves de Manaus e Campo Grande estão ajudando nos trabalhos de localização do bimotor, modelo Beechcraft BE 58 Baron.
De acordo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a situação da aeronave desaparecida, de matrícula PR-LMN, estava regular. A Inspeção Anual de Manutenção (IAM) e o Certificado de Aeronavegabilidade (CA) estavam em dia.
Fonte: G1 Pará

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