Por: G1 Pará
Os municípios do interior do Pará superaram a capital em geração de empregos no ano de 2013: uma estimativa do Departamento Intersindical de Estudos Sócio Econômicos (Dieese) aponta que mais de 80% das vagas criadas em todo o estado ocorreram fora da Região Metropolitana de Belém.
“Em 2013 o estado fez 395.941 admissões, mas teve 366. 325 desligamentos, gerando saldo positivo de 29.616 empregos. A maioria dos desligamentos foi na região metropolitana de Belém. O interior puxou o saldo em 2013, com cerca de 80% da geração de empregos do Pará", explica o economista Roberto Sena.
Segundo o Secretario de Trabalho, Emprego e Renda Rodivan dos Santos Nogueira, os projetos minerais impulsionaram a geração de empregos no Pará, especialmente no sudeste do estado. "A mudança de comportamento na abertura de postos de trabalho não surpreende. Havia esta expectativa de geração de empregos no interior do estado, já que a mineração é muito forte e o sudeste do Pará é uma região onde já se explorou ouro, mas agora tem grande produção de ferro e níquel", explica.
Além da mineração, outros setores como a construção civil, comércio e prestação de serviços também contribuiram para o saldo do estado que, segundo o Dieese, é o maior gerador de empregos da região Norte do Brasil.
Marabá tem destaque na geração de empregos
Das três cidades brasileiras que apresentaram o maior salto na geração de emprego entre os anos de 2012 e 2013, duas estão no Pará. Marabá, a segunda do ranking nacional e primeira do estado segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), saltou de 497 vagas criadas em 2012 para 4.136 em 2013 - um crescimento de 732,19%.
Segundo o Sindicato do Comércio de Marabá, as áreas que mais cresceram em termos de geração de emprego na cidade foram o comércio e serviço. "Hoje temos mais de 10 mil obras em andamento em Marabá. Por isso a cidade despontou como o primeiro lugar em termos de colocação de mão de obra no mercado", comemora Paulo Lopes, presidente do sindicato.
Mais da metada destes novos empregos foi gerada pela abertura do primeiro shopping center da cidade. Segundo Mauro Fontes, além de atender a uma demanda reprimida dos consumidores, o lugar gerou 2.100 empregos diretos e 1.600 indiretos, e já tem plano de expansão. "Superou as expectativas. Temos um fluxo diário de 15 mil pessoas durante a semana, e em datas festivas parece a 25 de março. Em dezembro, o shopping faturou R$ 28 milhões", explica.
De acordo com a administração do shopping, a maioria destes cargos foi ocupada por paraenses. "Boa parte dos contratados são marabaenses e de cidades do entorno, mas os gerentes de lojas âncora vieram de fora", admite Fontes, ressaltando um dos desafios da geração de emprego no Pará: atender a população do estado.
Um destes contratados foi Andreia Lima, que chegou a ficar um ano desempregada, mas voltou ao mercado há 9 meses. "Entreguei currículo num dia, e no dia seguinte já me chamaram. Fiz a entrevista, aí disseram que era para eu ficar, e fiquei", relembra.
Segundo Hudson Junior, gerente de uma loja no shopping, a abertura do local foi importante para a economia do município. "Eu vejo isso como um crescimento para a cidade, acho que a cidade ganhou mais um centro de compras e foram mais de 1,2 mil empregos gerados só aqui", explica.
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