A Defensoria Pública de Altamira
foi até o canteiro de obras da Usina Hidrelétrica Belo Monte nesta
quarta-feira (10) para mediar o conflito entre operários e o Consórcio
Construtor Belo Monte (CCBM), responsável pelas obras civis da usina.
Os aproximadamente 150 operários que faziam manifestações nos canteiros
saíram do Sítio Belo Monte por volta das 16h, após reunião com cinco
defensores públicos do município. Os operários alegaram estar sob
cárcere privado e pediram transporte para se deslocar até Altamira.
Antônio Lisboa, operário que estaria desaparecido nas obras da Usina Belo Monte. (Foto: Reprodução) |
Os operários falaram sobre os seis dias de protestos e denunciaram que o
trabalhador Antônio Lisboa, um dos líderes do movimento grevista,
estaria desaparecido. Eles também denunciaram que estariam sofrendo
agressões de seguranças do CCBM e da Força Nacional.
Depois de 3 horas de negociação, representantes do Consórcio decidiram
receber dois defensores públicos para uma reunião, para discutir a
liberação de transportes para deixar os operários até Altamira.
Os outros três defensores públicos seguiram em diligência no canteiro
de obras para tentar encontrar o trabalhador desaparecido. O CCBM
informou que só soube do desaparecimento do operário por meio da
Defensoria e que vai colaborar nas buscas pelo trabalhador. Alegou ainda
que como a construção da usina é aberta, ele pode ter saído do
canteiro. O Consórcio disse também que as denúncias de agressão não
procedem.
A CSP-Conlutas informou, em nota, que os operários saíram porque não se
sentiam seguros no canteiro. “Os trabalhadores querem ir à cidade, pois
aqui não conseguem negociar com o Consórcio. Além disso, a empresa,
junto com o governo, enviou a Força Nacional ao canteiro e os
trabalhadores se sentem intimidados, cercados e com medo”, disse
Atnágoras Lopes, o membro da CSP-Conlutas.
Segundo o dirigente da Central, outro o objetivo ao ir à cidade é
tentar uma audiência com um representante do governo para discutir as
reivindicações da pauta apresentada no início da greve.
Entenda o caso
Mais de 10 mil operários reivindicam melhores condições de trabalho e maiores salários ao Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM). Eles iniciaram uma manifestação na última sexta-feira (5). Os manifestantes elaboraram uma pauta com 35 pontos de negociação, referentes principalmente a questões salariais. Entre as reivindicações estão: adicional de 40% para os operários alojados; primeira baixada de três meses para os trabalhadores de outras cidades, que é o período de folga de 10 dias para visitar a família; pagamento de 70% a mais no valor da hora extra aos sábados e 100% do adicional aos domingos.
Fonte: G1
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