terça-feira, 3 de novembro de 2009

Óleo de cozinha é um grande vilão dos esgotos

O óleo de cozinha jogado na pia ou nos ralos pode formar enormes pedras dentro do esgoto e da rede de encanamento.

Um litro de óleo é capaz de poluir um milhão de litros de água, mas tem saída pra esse problema e ela começa com a boa vontade da população.

A campanha nas ruas alerta que o óleo de cozinha é um grande vilão do meio ambiente. “Cada litro de óleo colocado na tubulação, há vários estudos que dizem que isso polui cerca de um milhão de litros de água, ou seja, o nosso sistema de tratamento de esgoto não está preparado para tratar o óleo e sim esgoto doméstico”, diz Roberto Tavares, diretor de operações da Companhia de Saneamento-PE.

Imagens mostram pedras enormes dentro da tubulação da rede de saneamento. Elas são de óleo de cozinha, que vai se solidificando e entope o encanamento.

A despesa com o conserto chega a 1,2 milhão de reais por ano. Uma dona de casa está fazendo a parte dela. O óleo usado nas frituras é levado a um posto de coleta.

“Entupia sempre, sempre meu tanque. Ai é um problema sério de entupimento. Agora não tem mais, de jeito nenhum”, diz Soraya Monteiro, dona de casa.

O óleo de casas, restaurantes, padarias e bares também pode ser coletado por funcionários de uma fábrica de sabão.

Na indústria, os ingredientes são misturados em tachos gigantes, a 90 graus de temperatura. “Hoje em dia a gente está utilizando 10% do óleo na matéria-prima. Pode chegar aí, se tiver uma doação boa, a 30%”, comenta Luismar Negreiros, supervisor de produção.

A ciência já deu um destino mais nobre ao óleo de cozinha usado: ele virou matéria-prima para a produção de biodiesel, que por lei é adicionado numa proporção de 4% ao óleo diesel e serve para abastecer carros e caminhões.

Na Universidade Federal de Pernambuco, os pesquisadores desenvolveram em laboratório todas as etapas desta transformação.

O óleo é filtrado, passa pelo processo de secagem e vai para o reator, onde recebe uma mistura. O desafio agora é garantir a produção numa escala muito maior.

“Além de fazer um aproveitamento para produzir um biodiesel ou sabão, ele vai deixar de ir pro meio ambiente, deixar de causar uma grande poluição nos rios e no mar”, comenta José Geraldo Pacheco, professor de engenharia química – UFPE.

Jornal Nacional

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