Ter dinheiro na mão para negociar descontos na compra à vista sempre foi um bom negócio. Mas, neste momento, em especial, essa regra vale ouro.
A buzina anuncia: No "saldão dos vestidinhos", com dinheiro no bolso: “Dá para conseguir mais desconto porque a concorrência é grande”, complementa uma consumidora.
“Se chorar, a gente dá mais um descontinho”, revela uma vendedora.
Nunca deu tão certo usar o popular chororô nas grandes redes de lojas. Preste bem atenção: tem plaquinha nova na vitrine e oferta escondida na manga dos vendedores para quem tem dinheiro vivo.
Carlos quer um aparelho de som. A economista Myriam Lund, da Fundação Getúlio Vargas (FGV) foi ajudar na negociação. Preço inicial? “R$ 649, posso parcelar em três vezes sem juros”, anuncia o vendedor.
Pausa para consulta. “Se é em três vezes, é porque está embutido o juro. O negócio é ver como é que pode negociar à vista”, aconselha a economista.
Carlos tem o poder do dinheiro na mão. “Quero que ele baixe o preço”, pede Carlos. “Faz R$ 629, para a gente fechar”, cede o vendedor . Foram R$ 20 de desconto. Ali, na hora. “Como está faltando dinheiro na economia, então hoje, quem tem dinheiro na mão, tem o poder”, explica a economista.
O fim do ano passado não foi como os lojistas esperavam. O volume de vendas caiu e a receita também. Em outubro, novembro e dezembro, mesmo com o Natal.
Por causa da diminuição nas vendas, os estoques das lojas estão cheios e os caixas mais vazios. Por isso, a ordem é tentar transformar o máximo possível de produtos em dinheiro. E aí, para o comprador, vale uma regrinha: quem aparece com dinheiro vivo disposto a pagar à vista está conseguindo preços mais baixos.
Dona Adair já sabe disso faz tempo, só compra à vista. Para ter a máquina de lavar, foram três meses de economia e nenhum segundo perdido ouvindo propostas de parcelamento com juros embutidos. Levou 15% de desconto. “Resolve e dá uma solução rápida e rasteira”, destaca Adair.
Jornal Nacional
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