A imprensa internacional tem destacado a visita do papa Francisco ao
Brasil durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) sob dois aspectos. A
primeira viagem internacional do pontífice é ao país com maior número de
católicos no mundo; e também é palco da maior taxa de crescimento dos
evangélicos, superando 60% na primeira década do novo século.
A revista norte-americana Newsweek destaca que “a primeira
grande viagem internacional de Francisco é carregada de significado para uma
igreja em tumulto”, fazendo referência aos escândalos de pedofilia e má gestão
financeira, que conturbam a tumultuada Igreja Católica, que tem perdido fiéis
devido à sua “liturgia desatualizada”.
E segundo a mesma publicação, o crescimento dos evangélicos enfraqueceu
a Igreja Católica no país: “No Brasil, nominalmente, o maior país católico do
mundo, as lutas da Igreja têm proporcionado uma abertura para igrejas
evangélicas protestantes.
Citado pela revista como uma da “carta na manga” do Vaticano para
estancar a perda de fiéis, padre Marcelo Rossi afirma que a Igreja Católica
precisa se mexer: “Nós não podemos sentar e esperar que as pessoas venham à
igreja”, diz ele. “A igreja tem trazer as pessoas de volta”.
Porém, a ideia de que a visita do papa ao Brasil possa reverter a perda
de fiéis é questionada por outros veículos de imprensa. Na França, o
jornal Le Monde publicou uma matéria especial sobre a viagem de
Francisco para a JMJ e sua missão de reconquistar o público brasileiro.
“De um lado, ela [a Igreja Católica] não conseguiu evitar sua erosão
numérica diante das igrejas evangélicas, cuja inventividade, proximidade e
dinâmica de crescimento não cessam de preocupar os bispos. De outro lado, ela
teve sua imagem prejudicada pelos escândalos de pedofilia e corrupção em
série”, ressalta o jornal francês.
As estatísticas são apontadas como evidência do crescimento e da força
das igrejas evangélicas que, “Enquanto eram apenas 6,6% da população em 1980,
passaram para quase 25% da população”.
O jornal destacou ainda que, apesar da estratégia do papa em visitar
lugares onde a Igreja Católica é ausente, como Guaratiba e Varginha,
comunidades carentes do Rio de Janeiro, o desafio se faz maior pela falta de
padres na denominação. Segundo o Le Monde, o déficit de sacerdotes chega a
20 mil no Brasil.
“Em termos de estratégia, o papa Francisco escolheu visitar duas
localidades do Rio de Janeiro – Guaratiba no Oeste e a favela de Varginha na
zona Norte – onde os evangélicos proliferam”. Dois lugares onde, como em tantos
outros, a Igreja Romana está praticamente ausente.
Fonte de informações: GH -
Reproduzido de Cidadania
Cristã
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