A crise mundial continua gerando resultados negativos na economia paraense. Já no primeiro mês de 2009, a Balança Comercial do Pará sofreu queda vertiginosa, se tornando, pela primeira vez em mais de doze meses, deficitária. O Estado teve saldo negativo de 31,25%, dado ao esfriamento nas exportações. Avaliando, de janeiro de 2008 a janeiro deste ano, as vendas dos produtos paraenses ao exterior caíram em 26,25%, reflexo da não renovação de contratos com parceiros comerciais e a falta de créditos às empresas exportadoras.
"A crise está atingido fortemente o Estado. Nossos contratos não estão sendo renovados, o que preocupa bastante, já que somos um Estado eminentemente exportador. Precisamos de uma política que volte a dotar nossos bancos de créditos aos exportadores, caso contrário, a crise vai se agravar e nosso produtos perderão espaço e competitividade", avalia Raul Tavares, gerente do Centro Internacional de Negócios, da Federação das Indústrias do Estado do Pará (CIN-FIEPA).
Em janeiro de 2008, o Pará exportou um valor de US$ 784 milhões, no mesmo período deste ano, as exportações foram de apenas US$ 578 milhões. Os principais produtos que registraram queda referente a tonelada exportada foram: o Manganês (-94,22%); a Madeira (-74,33%); o Ferro-gusa (-54,73%); o Silício (-50,05%); o Dendê (-45,28%) e o Minério de Cobre (-41,73%).
Os únicos parceiros comerciais que aumentaram as importações dos produtos paraenses, no início deste ano, foram aqueles que formam a Comunidade Andina (Bolívia, Colômbia, Equador e Peru). Os outros blocos econômicos cortaram muitos produtos paraenses de suas listas, registrando, no período de janeiro de 2008 a janeiro de 2009, uma variação negativa nas toneladas importadas. A Ásia, que no primeiro mês do ano passado registrou um valor importado de US$ 239 milhões, passou este ano a consumir menos, registrando um valor de US$ 218 milhões, o que refletiu em uma queda de 9,02%. Os países que compõe o NAFTA - Tratado Norte-Americano de Livre Comércio registraram queda de -16,13%; União Européia (-72,14%); Liga Árabe (-47,04%) e o mais alarmante, os países vizinhos que formam o Mercosul deixaram de consumir os produtos paraenses em quase sua totalidade, registrando uma variação negativa nas toneladas exportadas de 97,29%.
Para tentar frear a queda vertiginosa da economia paraense, o CIN promoverá, na tarde desta segunda-feira (02), na sede da Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA), evento que discutirá a importância do crédito às empresas exportadoras. Na avaliação dos empresários, a política de créditos é a única medida que poderá mitigar os impactos da crise. Na ocasião, o coordenador do CIN, Luiz Carlos Monteiro, apresentará palestra sobre "A crise financeira e a importância do crédito às empresas exportadoras", destacando o papel dos bancos federais nas Regiões Norte e Nordeste.
Diário do Pará
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