quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Entra em vigor Cadastro Nacional de Inadimplentes

Se você tem filho matriculado em escola particular, cuidado. Já está funcionando o Cadastro Nacional de Inadimplentes, a lista de pessoas em débito com as instituições de ensino. Por isso, vai ser preciso agir com rapidez se o orçamento começar a ficar apertado.
No último período de jornalismo, a notícia de assustar. A mensalidade da faculdade do estudante Rafael Nogueira, que custava cerca de R$ 300, saltou para mais de R$ 570, um reajuste de 90% que a família não vai ter como pagar. “Eu vou conversar com a faculdade, ver se eu consigo um parcelamento, ou até financiar”.

A mensalidade escolar teve aumento médio de mais de 6% em janeiro, segundo a Fundação Getúlio Vargas. “Ainda bem que eu tenho uma filha só, senão ia ficar muito complicado”, afirmou uma mulher.

Quarenta e cinco mil pessoas estão com os nomes no cadastro de inadimplentes, que é acessado por 2,5 mil instituições de ensino. Sem quitar os atrasados, o aluno não consegue se rematricular. Em todo o país, a inadimplência tem sido de 15%, segundo a empresa que cadastra os devedores das escolas particulares, e o caminho mais rápido para sair dessa lista tem sido a negociação. Num colégio, por exemplo, todos os dias as portas se abrem para o acordo. O diálogo passou a ser tão importante quanto à cobrança.

“No momento de aperto financeiro que nós estamos vivendo, tanto credores quanto devedores terão melhores benefícios se chegarem a um acordo amigável”, acredita Eduardo Coutinho, professor de finanças.

Luciana, Orlando e Cláudia têm histórias semelhantes. A crise bateu à porta, o orçamento apertou, mas a escola topou negociar. “Pagarei em 10 vezes a minha dívida do ano passado”, disse Orlando.

Para o colégio também foi bom porque reduziu a inadimplência. “Se nós tivemos uma média de 13% durante ao ano, nós conseguimos reduzir essas dívidas em 5%, 4%”, disse Renê Oliveira, diretor do colégio.

A rematrícula dos filhos fortaleceu o vínculo da escola com as famílias. “Esse precedente, esse espaço para os pais conversarem, expor a situação é fundamental. Com certeza faz toda a diferença”, diz uma mulher.


Jornal Nacional

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