quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

BR-163 começa sofrimento no inverno 2009

Como todo ano durante o período de inverno amazônico, começa o martírio para motoristas e passageiros de veículos que trafegam pela BR-163. Bastou as primeiras chuvas para os usuários sentirem quanto será difícil trafegar na rodovia nesse período de inverno. Atoleiros, pista escorregadia, e o pagamento de pedágio para sair do sufoco.
Nossa equipe de reportagem acompanhou a trajetória dos motoristas e passageiros entre Itaituba e Novo Progresso. Uma experiência marcante. Para quem viaja pela primeira, uma sensação de aventura e ao mesmo tempo desespero quando se depara com os buracos mais altos que o veiculo. Para aqueles que estão acostumados, é como se estivesse realizando mais uma aventura. "Perigosa, mas sensacional". Para os motoristas, tensão, cuidados e muita atenção ao volante; "qualquer vacilo, fica no buraco".

Viagens que duravam em média 7 à 10 horas de ônibus ou caminhão, nesse período chega a 24 horas. E as pessoas precisam estar preparados, não devem esquecer-se de levar na bagagem, alimentação, água e remédios, porque saiu do porto de Miritituba (PA) ou de Guarantã do Norte (MT) não se sabe que dia ou hora chega ao destino. Os caminhoneiros já sabem, começou a chuva, tem que parar na próxima ladeira e de preferência ao lado da pista para dá passagem aos veículos menores. Os motoristas de ônibus, as vezes insistem em furar o bloqueio, mas muitas vezes acabam dentro do buraco. Todo mundo desce, se possível empurram, se não sai, espera socorro ou de repente surge um trator agrícola, (aqui muito conhecido por Jirico). Apesar do conforto dos ônibus, poltronas confortáveis, semi-leito, com ar condicionado, mas muitos se aventuram na camioneta D-20, que devido o tamanho e praticidade dos motoristas, dificilmente fica no atoleiro. Geralmente nesse período anda lotada, (chegamos a encontrar uma delas com 19 passageiros e ainda uma mudança).

Apesar do sofrimento, mas a população em torno da rodovia BR-163 não tem outra alternativa, a não ser pegar a primeira "condução que passa e se unir à outros aventureiros para chegar ao destino". Porém, a viagem é muito perigosa, cheia de surpresa, porque além dos atoleiros e a buraqueira, 98% das pontes ao logo da rodovia são de madeira e estão em péssimas condições e alguns motoristas irresponsáveis, não considerando as condições da rodovia, trafegam em alta velocidade. A rodovia tem muitas curvas e normalmente é difícil a ultrapassagem, dada a visibilidade e as condições da estrada, mesmo assim alguns insistem em por sua vida e a dos outros em risco.
Os caminhoneiros que transportam produtos alimentícios, como frango, frutas e verduras, reclamam que os produtos estragam, "porque a gente sai com a carga de São Paulo e no máximo em 48 horas temos chegar a Itaituba ou Santarém e agora a viagem chega a 75 horas. O motorista Cláudio Simone, reclama que paga impostos, a cada posto fiscal somos cobrados, mas o governo federal não oferece condições para transportar a mercadoria. "Estamos abandonados e todo ano temos passar por este sofrimento".


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