terça-feira, 28 de outubro de 2008

Gravidez na adolescência

A informação ainda é a melhor arma contra esta triste realidade
De acordo com dados do IBGE, cerca de
20% dos bebês registrados em 2006 no Brasil
tinham mães com idades entre 15 e 19 anos
Na última semana entrou em cartaz no Brasil o filme Juno, que conta a história de uma garota chamada Juno, de 16 anos, que fica grávida de um colega de escola. Essa aventura adolescente tem um preço alto e a personagem vê-se dividida quanto à forma de resolvê-lo. Opções não lhe faltam, principalmente por estar em um país onde o aborto é legalizado (EUA) e o caminho mais comum seria matar a criança e esquecer o que aconteceu.A adolescência implica em mudanças físicas e emocionais e é considerada, por alguns, um período de conflito ou de crise. Não se pode descrever a adolescência como simples adaptação às transformações corporais, mas como uma fase importante no ciclo existencial da pessoa, incluindo assumir posições social, familiar e religiosa. A puberdade, que marca o início da vida reprodutiva da mulher, é caracterizada pelas mudanças fisiológicas corporais e psicológicas da adolescência. Uma gravidez na adolescência provocaria mudanças ainda maiores na transformação que já vinha ocorrendo de forma natural. Nesse caso, muitas vezes a adolescente precisa de um importante apoio do mundo adulto para saber lidar com a nova situação.Muitos pais não estão preparados para lidar com as questões relacionadas à sexualidade de seus filhos. Assim, várias entidades de educação sexual e planejamento familiar vêm há anos pressionando o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação a lançar programas de educação sexual para os adolescentes. De acordo com dados do IBGE, cerca de 20% dos bebês registrados em 2006 no Brasil tinham mães com idades entre 15 e 19 anos.Hoje a sexualidade está sendo veiculada nos meios de comunicação de forma distorcida. Mas se a menina e/ou menino são instruídos no seu lar, vão saber ter um namoro santo: evitar beijos ardentes, roupas mais sensuais, toques nas partes íntimas e, por último, o ato sexual. O sexo antes do casamento traz conseqüências desastrosas: culpa, relacionamento sexual sem preparo, doenças sexualmente transmissíveis, além do risco de uma gravidez indesejada. Uma gravidez precoce põe em perigo tanto a mãe quanto o recém-nascido. Isso porque na faixa dos 14 anos a mulher ainda não tem uma estrutura óssea e muscular adequada para o parto. Outro problema é o medo da gravidez. Muitas, quando descobrem que estão grávidas, preferem o aborto clandestino.Na visão da psicóloga e orientadora educacional Nara Andrade, tudo isso poderia ser evitado se houvesse mais informações dentro de casa e também nas igrejas. "A sexualidade precisa ser mais divulgada nas igrejas. Ainda há muita censura. O sexo é tratado como se fosse sujo. É necessário dar mais importância a esse tema, organizando palestras com profissionais especializados e qualificados, com o objetivo de orientar as famílias. Enquanto os pastores falam esporadicamente do assunto, o diabo vai ganhando terreno através dos meios de comunicação", afirma.O pastor Nivaldo Moura, da Igreja Evangélica Nova Filadélfia, localizada em São Gonçalo, região metropolitana do Rio de Janeiro, diz que na sua igreja o assunto é abordado de acordo com a necessidade dos membros. “Nós não nos opomos a falar sobre o assunto e procuramos esclarecer as dúvidas dos jovens da melhor maneira possível. Mas usamos as Escrituras Sagradas (Bíblia) como referência e dentro de uma realidade. Damos orientação aos nossos adolescentes na sua vida pessoal, sexual e amorosa”, comenta, ao ressaltar que as famílias têm sido destruídas por falta de informação".

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