quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Fisioterapeuta itaitubense radicada em SC enfrenta travessia do rio Tapajós

Por: Mauro Torres
A atleta paraense Vanessa Mendes, guarda-vidas do corpo de bombeiros de Santa Catarina, enfrenta um desafio em Itaituba, oeste do estado. Ela decidiu enfrentar os mais de três mil metros da travessia do rio tapajós

 O dia ainda não amanheceu, mas ela já está preparada. Momentos de concentração antes de encarar um desafio que a triatleta Vanessa Mendes insiste em dizer que é coisa de família. Vanessa Mendes tem 35 anos de idade. É paraense, de Itaituba, mas mora em Santa Catarina, onde também é guarda-vidas do Corpo de Bombeiros. Filha de policiais rodoviários federais, desde pequena, Vanessa sempre teve muita afinidade com a atividade física, tanto que se formou na faculdade de fisioterapia e pratica pólo aquático, atletismo, natação e ciclismo. De frente para o rio Tapajós, ela conta que o grande desafio é enfrentar, a nado, os 3.146 metros da travessia.

"Posso dizer que se trata de um desafio de família. Alguns parentes e amigos foram me visitar em Santa Catarina e perguntaram por quê, como itaitubense, eu não enfrentava a travessia do rio Tapajós, já que gostava tanto de natação”, diz a jovem fisioterapeuta.

Vanessa nasceu no distrito de Miritituba, do outro lado do rio Tapajós, onde foi criada até os sete anos. Mas os mais de vinte anos longe de Itaituba, na região Sul do País, fizeram com que ela perdesse um pouco da familiaridade com esse ambiente. Agora, Vanessa teve que passar por toda uma readaptação, um reconhecimento da área, para se sentir habilitada a enfrentar o desafio.

Com os pés descalços, a jovem pisa o cascalho da margem do rio, em uma concentração que envolve pedidos de proteção e uma preparação extremamente necessária. Se preparar mesmo, já que existem algumas regras que precisam ser obedecidas rigorosamente. Pra começar, é necessário estar bem fisicamente, para evitar complicações inesperadas. Conhecer o ambiente é essencial, já que o percurso tem muitas oscilações. Existem trechos rasos, mas outros são bem mais profundos e com forte correnteza. E o rio Tapajós pode se mostrar, ao mesmo tempo, belo e traiçoeira. Agora, chamar os amigos que incentivam a atleta, fazer uma oração e cair na água. Vanessa vai junto com o acompanhador físico Ray Neves, responsável por repassar algumas orientações sobre o percurso, baseado na experiência com o comportamento do rio.

Não há uma previsão específica de tempo para completar o trajeto, apenas uma estimativa. Sabe-se
que vai durar mais de uma hora. Pelo caminho, a idéia é seguir sempre em frente, com o apoio de um grupo de bombeiros que veio garantir a segurança. Se houver praia, ela vai andando ou correndo. De repente, trecho de água rasa. Aqui é possível ir caminhando. Quando chega a um ponto mais profundo, fica mais fácil retomar o ritmo. Este é o canal, por onde as embarcações passam para atracar no verão. E onde os botos vêm fazer sua pescaria.

Uma hora depois da largada, já estamos em mais da metade do trajeto. Aqui, o rio Tapajós começa a ficar mais agitado, mas o ritmo das braçadas continua praticamente o mesmo. Ao que tudo indica, vamos concluir o desafio dentro do tempo previsto.

Depois de 1h03 (uma hora e três minutos), Vanessa chega ao porto de Miritituba. Neste momento, é recebida com aplausos a primeira mulher a vencer este desafio, que, segundo a fisioterapeuta triatleta, foi envolvido de um forte apelo ecológico, em defesa da preservação e do uso sustentável dos recursos naturais da região, principalmente o rio Tapajós.

"Não foi fácil por conta da inconstância do rio. Ele tem variações. Pode ser tranqüilo em um lugar e agitado em outro. Mas, no geral, eu considero que foi maravilhoso enfrentar o rio Tapajós, conhecer mais de perto essa maravilha e ajudar a divulgar as nossas belezas naturais. Eu acredito que, se todos fizermos a nossa parte, com certeza esse recurso tão importante vai permanecer ainda por muito tempo”, resume a triatleta


Fonte: Blog do Mauro Torres

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