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terça-feira, 13 de outubro de 2015

Faculdade do Tapajós e mulheres do MAB expõe trabalho de arpileiras

“Arpilleras Amazônicas fazendo exposição do seus trabalho na FAT Foto Gilson Vasconcelos
A Faculdade do Tapajós sediou no ultimo dia 2 de outubro em parceria com o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) a exposição “Arpilleras Amazônicas: mulheres atingidas por barragens costurando direitos na Amazônia” onde na ocasião foi  apresentando 16 arpilleras, que são produzidas por atingidas de Rondônia e do Pará.

Exposição arpileiras
Foto Gilson Vasconcelos
As peças foram produzidas por mulheres atingidas pelas barragens de Belo Monte (PA), Tucuruí (PA), Santo Antônio (RO) e Samuel (RO) e ameaçadas pelos projetos do Complexo Tapajós (PA) e Marabá (PA).

A mostra foi enriquecida pela presença de 25 mulheres que participaram da confecção das peças em encontros realizados nas regiões. Elas puderam explicar as obras para o público e falar da realidade das mulheres atingidas. A exposição foi parte da programação do Seminário Mulheres da Amazônia, atividade que faz parte do projeto que o MAB realiza com as mulheres do Tapajós, em parceria com a entidade de Cooperação Christian Aid e apoio da União Européia.
Exposição arpileiras 
Foto Gilson Vasconcelos
“A exposição está muito bonita, não sabia que existia isso aqui. Quando vi o convite achei que era mais uma exposição de artesanato, mas agora vejo que é um trabalho muito importante”, afirmou Renata, uma estudante que esteve no local. A diretora da universidade, Jussara, também elogiou a exposição e afirmou que é um privilégio receber a mostra na universidade. “A FAT está sempre de portar abertas para vocês”, afirmou aos militantes do MAB.
Exposição arpileiras 
Foto Gilson Vasconcelos
 “Arpillera” é uma técnica chilena de bordado sobre tela de juta que as mulheres utilizaram para retratar cenas de violências praticadas pela ditadura de Augusto Pinochet contra as famílias. É com esse sentido político que as mulheres do MAB resgatam a técnica para retratar e denunciar as violações ocorridas no processo de construção de barragens no Brasil.
Arpilleras pelo Brasil e na Amazônia
Com a compreensão de que as mulheres são as que mais sofrem com a construção de barragens, o
MAB realizou mais de 100 encontros em todo o Brasil, que envolveu 900 mulheres atingidas por barragens na construção de arpilleras coletivas. Parte dessa rica produção está em exposição no Memorial da América Latina, em São Paulo, entre os dias 25 de setembro e 25 de outubro.

“A exposição na FAT é um ‘aperitivo’ de um processo de exposições com maior duração que pretendemos fazer nas várias regiões em que o MAB está no Pará”, afirma Cleidiane, militante do MAB. 

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