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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Leilão da hidrelétrica deve acontecer até o final deste ano

O governo pretende licitar até o fim deste ano a hidrelétrica de São Luiz do Tapajós, usina de 8.040 megawatts (MW). O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, diz que a oferta da usina deve ser feita em um leilão exclusivo.

Apesar dos planos, Tolmasquim reconhece os obstáculos ambientais que ainda precisam se analisados antes de se decidir pela viabilidade do projeto. “São Luiz é o próximo empreendimento de porte na Amazônia, mas sabemos que tem de ser debatido e analisado com calma. Temos que ter uma interlocução clara com a área socioambiental. Essa demora no projeto é natural, ela faz parte do processo. Felizmente, temos outras fontes de energia à disposição e vamos atendendo a demanda com essas fontes”, disse.
Prevista para ser a primeira barragem do Rio Tapajós, São Luiz entrou nos planos de geração do governo há quatro anos e, pelo cronograma original, passaria a entregar megawatts no início do ano que vem.
Hoje, o projeto está parado, mergulhado em polêmicas indígenas e ambientais. Na Fundação Nacional do Índio (Funai), um processo trata da homologação de terras indígenas que seriam inundadas pelo lago da usina. O governo afirma que os índios vivem em terras que não foram demarcadas e homologadas. Os indígenas acusam o governo de ter paralisado um processo de demarcação que já estava em curso. A polêmica já custou a saída da então presidente da Funai, Maria Augusta Assirati, que reconheceu sofrer uma forte pressão do governo para que o processo de demarcação não avançasse.
Desde o fim do ano passado, índios que vivem na região de Itaituba (PA), local previsto para sediar a usina, têm realizado protestos em Brasília contra o empreendimento.
Recentemente o Ibama, órgão responsável pelo licenciamento do projeto, declarou que impactos apontados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) também exigiam mais estudos, antes de um posicionamento conclusivo.
“É por causa de dificuldades como essas que, a cada ano, vemos essa alternância de projetos no planejamento”, disse Ricardo Savoia, diretor da consultoria Thymos Energia. “Isso só ajuda a tornar o ambiente cada vez menos seguro, assustando o empreendedor.” 
Fonte: ORMNews/ Blog do Jota Parente

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