Apesar dos planos, Tolmasquim reconhece os obstáculos ambientais que ainda precisam se analisados antes de se decidir pela viabilidade do projeto. “São Luiz é o próximo empreendimento de porte na Amazônia, mas sabemos que tem de ser debatido e analisado com calma. Temos que ter uma interlocução clara com a área socioambiental. Essa demora no projeto é natural, ela faz parte do processo. Felizmente, temos outras fontes de energia à disposição e vamos atendendo a demanda com essas fontes”, disse.
Prevista para ser a primeira barragem do Rio Tapajós, São Luiz entrou nos planos de geração do governo há quatro anos e, pelo cronograma original, passaria a entregar megawatts no início do ano que vem.
Hoje, o projeto está parado, mergulhado em polêmicas indígenas e ambientais. Na Fundação Nacional do Índio (Funai), um processo trata da homologação de terras indígenas que seriam inundadas pelo lago da usina. O governo afirma que os índios vivem em terras que não foram demarcadas e homologadas. Os indígenas acusam o governo de ter paralisado um processo de demarcação que já estava em curso. A polêmica já custou a saída da então presidente da Funai, Maria Augusta Assirati, que reconheceu sofrer uma forte pressão do governo para que o processo de demarcação não avançasse.
Desde o fim do ano passado, índios que vivem na região de Itaituba (PA), local previsto para sediar a usina, têm realizado protestos em Brasília contra o empreendimento.
Recentemente o Ibama, órgão responsável pelo licenciamento do projeto, declarou que impactos apontados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) também exigiam mais estudos, antes de um posicionamento conclusivo.
“É por causa de dificuldades como essas que, a cada ano, vemos essa alternância de projetos no planejamento”, disse Ricardo Savoia, diretor da consultoria Thymos Energia. “Isso só ajuda a tornar o ambiente cada vez menos seguro, assustando o empreendedor.”
Fonte: ORMNews/ Blog do Jota Parente
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