Indígenas
e ribeirinhos bloqueiam a Rodovia Transamazônica no Pará para pedir
agilidade no cumprimento das condições para construir a usina
hidrelétrica de Belo Monte (Foto: Glaydson Castro/Tv Liberal)
Cerca de 150 índios e ribeirinhos bloqueiam dois trechos da Rodovia
Transamazônica, no sudoeste do Pará, na manhã desta sexta-feira (23). Os
manifestantes pedem que o consórcio Norte Energia cumpra com urgência o
plano básico ambiental – uma das condições para a construção da usina
hidrelétrica de Belo Monte, em Vitória do Xingu.
O primeiro trecho que sofreu interdição do protesto fica a 27 km do município de Altamira
e dá acesso aos canteiros de obras da usina. O outro bloqueio fica no
km 50 da BR-230, em frente ao sítio Belo Monte, principal canteiro de
construções da hidrelétrica. Os indígenas estão proibindo a passagem de
ônibus com operários e liberando o acesso aos demais veículos.
Os manifestantes dizem que só irão desobstruir a rodovia depois que os
presidentes da Fundação Nacional do Índio (Funai) e da Norte Energia
aceitarem se reunir para negociar. Caso isso não ocorra, eles prometem
incendiar os ônibus.
Com o ato, o andamento dos trabalhos na usina estaria sendo
prejudicado. Segundo o Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM), os
operários que moram em Altamira – e representam 40% do total – não estão
trabalhando porque não conseguem ter acesso aos canteiros de obra.
Norte Energia nega descumprimento
De acordo com a Norte Energia, a empresa e a Funai assinaram na
quarta-feira (21) o termo de compromisso do Projeto Básico
Ambiental-Componente Indígena (PBA-CI), um dos condicionantes do
licenciamento ambiental da hidrelétrica, expedido pelo Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O
documento assegura a realização de ações firmadas pelo consórcio com a
Funai e lideranças de 11 terras indígenas na região do Xingu, atendidas
pelo PBA-CI.
O compromisso havia sido reafirmado em reunião feita em Altamira, no
início do ano, com a presença de cerca de 300 indígenas e representantes
do Ministério Público Federal (MPF),
da Funai e de órgãos do governo federal.
As atividades previstas no termo de compromisso e no PBA-CI teriam sido
referendadas pela Funai e devem ser acompanhadas por um comitê gestor
formado por representantes das comunidades indígenas, da Norte Energia e
do órgão indigenista.
Ainda segundo o consórcio, os recursos destinados aos projetos do
PBA-CI fazem parte dos R$ 3,2 bilhões do Projeto Básico Ambiental (PBA)
da usina de Belo Monte.
Manifestantes
prometem atear fogo em ônibus caso a Funai e o consórcio Norte Energia
não aceitem participar de negociação (Foto: Glaydson Castro/Tv Liberal)
Fonte: G1 Pará
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