quarta-feira, 12 de março de 2014

Aprovado o'teste da linguinha' em recém-nascidos

A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) aprovou projeto que obriga hospitais e maternidades a realizarem exames em recém-nascidos para avaliar a anatomia da língua, o chamado “teste da linguinha”. O objetivo é diagnosticar a necessidade de cirurgia para imediata correção de anomalia do frênulo lingual (estrutura que conecta a parte inferior da língua à boca) conhecida por “língua presa”. Ela dificulta a sucção, a deglutição e a mastigação, além de causar problemas na fala.

A votação da proposta (PLC 113/2013), que nasceu na Câmara dos Deputados, foi nesta quarta-feira (12). A matéria vai agora a Plenário, para decisão final. Se não houver mudanças no texto, a matéria seguirá imediatamente para a sanção da presidente Dilma Roussef.
O autor do projeto, deputado Onofre Agostini (PSD-SC), observa que o diagnóstico precoce possibilita o tratamento imediato e a prevenção de todos os problemas decorrentes da anquiloglossia, termo científico que designa a anomalia. Ele lembra que a dificuldade de sucção é especialmente danosa, pois pode motivar o desmame precoce e, por consequência, o baixo peso e comprometimento do desenvolvimento adequado do bebê.
Em análise favorável, o relator, senador Eduardo Amorim (PSC-SE), afirmou que a aplicação do protocolo de diagnóstico representa “recurso precioso” para corrigir a anomalia numa etapa de vida decisiva para o desenvolvimento psicoemocional e físico do bebê. Ele citou o protocolo para o “teste da linguinha” desenvolvido pela fonoaudióloga Roberta Lopes Castro Martinelli e recomendou que ele seja visto no Youtube.
Amorim destacou que o protocolo envolve um conjunto de procedimentos como a avaliação anatômica e da força de sucção, além de análise dos batimentos cardíacos, da respiração e da saturação do oxigênio quando o bebê está sugando. Segundo ele, são atos simples, rápidos, indolores e praticamente isentos de risco.
Quando indicada, observou Amorim, a correção é feita por meio de tratamento cirúrgico chamado de frenectomia. Segundo ele, esse procedimento também é simples e rápido, e pode ser feito sob anestesia local durante a permanência do bebê no hospital.
O senador destacou ainda que os dados a respeito da ocorrência da anquiloglossia na população variam bastante. Ele cita mais uma vez a fonoaudióloga Roberta Martinelli para salientar que as divergências decorrem da falta de consenso em relação aos critérios para o diagnóstico. Segundo a fonoaudióloga, isso pode justificar a oscilação entre 0,88% a 12,8% em estudos citados por diferentes autores.
Na rede pública, já são obrigatórios os testes do pezinho (rastreamento de doenças assintomáticas) e da orelhinha (para detectar surdez).
Fonte:  Agência Senado

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