Até cerca de três anos discutiu-se a que município
a vila de Pimental pertencia, se a Itaituba ou a Trairão.
Cabia a Itaituba, bem
ou mal, pagar a conta, mantendo escola, professor, assistência de saúde, etc.
Na medida em que foram avançando as informações a respeito da hidrelétrica de
São Luiz, Trairão passou a se interessar em assumir as responsabilidades do
local, começando pela transferência de títulos eleitorais. Porém, no
entendimento de Valfredo Marques Jr., nascido em Pimental, há controvérsias que
precisam ser discutida a respeito dos limites dos dois municípios.
Mapa de Rurópolis - Divisa com Itaituba |
Com a chegada dos investimentos na
construção de portos graneleiros foi Rurópolis que se assanhou para tentar
ficar com um pedaço do território de Itaituba, depois que alguém disse sem
nenhum conhecimento de causa, e com elevada carga de irresponsabilidade, que as
comunidades de Santarenzinho e Nazaré, na margem direita do Rio Tapajós ficam
em seu território.
Para esclarecer essa situação, a
reportagem do Jornal do Comércio procurou o diretor de meio ambiente da SEMMAP,
Valfredo Marques Jr., que foi encarregado pela prefeitura de Itaituba para
fazer parte de uma comissão que está fazendo um levantamento completo de toda
essa situação, a fim de esclarecer qualquer ponto que esteja obscuro. Como ele
disse, Itaituba não pleiteia nenhum palmo de terra de nenhum município vizinho,
mas, não vai permitir que lhe surripiem nenhum palmo de chão.
"Nós temos buscado, por
determinação da prefeita Eliene Nunes, a localização exata dos marcos que
determinam os limites territoriais do nosso município, especialmente com o
município de Rurópolis. Conseguimos avançar bastante verificando que isso que
foi propalado não é verdade. Buscamos documentos que provam aonde é realmente a
divisão territorial dos dois municípios.
Não procede o boato de que as
comunidades de Nazaré e Santarenzinho seriam de Rurópolis, pois a distância da
divisa real para a que disseram que seria, é absurda. Isso eu mostrei para a
reportagem do Jornal do Comércio através de documentos comprobatórios como mapas
e a própria lei que criou o município de Rurópolis mostram que o marco divisor
com Itaituba, na aludida região do Tapajós é uma linha d´água, que é o igarapé
de São Lourenço, que deságua no lago do Batatal, quase em frente a Barreiras.
Passamos um final de semana fazendo
esse levantamento naquele local, munidos dos equipamentos necessários, como GPS
para marcarmos os pontos reais que constam do mapa anexado à lei que criou o
município de Rurópolis. Verificamos que a distância é de pelo menos quinze
quilômetros da margem direita do rio Tapajós, na comunidade de Nazaré. O ponto
mais próximo da margem do rio, que é o P5 (marco divisor) fica a uma distância
de mais de oito quilômetros. Portanto, o território de Rurópolis termina
exatamente quando o igarapé do Lourenço deságua no lago do Batatal. Os
ribeirinhos que moram nessa área dizem que nunca ouviram falar nisso antes.
Sempre souberam que fazem parte do município de Itaituba. E eles não aceitam
que se questione isso. Todos os documentos que eles tem de suas terras foram
expedidos pelo Incra, pelo município de Itaituba.
O que causa, no mínimo estranheza é
que houve uma mudança no texto na lei digitalizada, em relação à lei original
da criação de Rurópolis. Claro que a digitalizada é muito mais recente. Na
redação original, que é a que vale de fato para todos os efeitos, está
escrito: Exclui a margem direita do rio Tapajós, enquanto na
cópia digitalizada esse trecho foi retirado. Recentemente nós estivemos
percorrendo de carro essa região, em companhia do ex-prefeito de Rurópolis por
dois mandatos, José Paulo Genuíno, pai do atual prefeito Pablo Genuíno. O Zé
Paulo disse para nós, que nunca tinha ouvido falar que Satarenzinho pertencesse
ao seu município.
Nós entregamos essa documentação ao
secretário de meio ambiente do estado, José Colares, inclusive o mapa. Ele
levou essa questão para a reunião do COEMA (Conselho Estadual de Meio
Ambiente). O secretário afirmou na ocasião, que faria chegar aos empreendedores
interessados em áreas na referida região, que o posicionamento dele não se
alteraria em relação à localização desses portos. O secretário disse que as
empresas devem se reportar à prefeitura de Itaituba, em cujo território
encontram-se as comunidades citadas" afirmou Valfredo.
A comissão está coletando as
informações de que precisa para provocar o IBGE, a fim de que o órgão faça uma
retração, comunicando de maneira oficial a real situação, para que a Prefeitura
de Itaituba possa tomar as medidas que se fizerem necessárias. A prefeita
Eliene Nunes tem sido informada de todos os passos que a comissão tem dado no
esclarecimento desse questionamento.
Fonte: Blog do Jota Parente
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