A
presidente Dilma Rousseff foi nesta quarta-feira (9) ao sindicato dos taxistas
do Distrito Federal, o Sinpetaxi, em Brasília, para sancionar, ao lado de
dezenas de profissionais, a medida provisória que, entre outros dispositivos,
assegura a transmissão hereditária das licenças para explorar o serviço de
transporte individual de passageiros, como táxis e vans.
Muito aplaudida pelos motoristas, Dilma disse que o
texto sancionado por ela dá segurança jurídica aos taxistas.
"A partir de agora vocês podem transferir aos seus
herdeiros o direito do serviço de táxi pelo mesmo prazo original da outorga.
Essa lei diminui e dirime qualquer dúvida jurídica. Não é uma transferência de
permissão. É um direito de sucessão. Não é possível haver questionamento de
nenhuma ordem", declarou.
Em julho, a Presidência vetou um projeto de teor
parecido, mas que tratava de "transferência de permissão". Na época,
o Planalto justificou o veto alegando que as regras de transferência da
permissão de exploração do serviço de táxi são definidas pelas prefeituras.
Dilma disse que, dentro do direito
de sucessão, o governo federal não está "interferindo na autonomia dos
municípios". "Estamos legislando sobre uma situação que diz respeito
ao patrimônio de você", afirmou.
No discurso feito aos taxistas,
Dilma disse que a mudança do termo foi sugerida pelo deputado Anthony
Garotinho, a quem agradeceu. "Sucessão e não 'transferência de permissão'
é juridicamente mais correto", afirmou.
O senador Gim Argello (PTB-DF), quem incluiu na MP 615 o
benefício aos taxistas, disse que a nova lei garante que, após a morte do
taxista, a família poderá trabalhar com o carro enquanto a permissão tiver
validade. Atualmente, 604 mil taxistas atuam regularmente em todo o Brasil.
“O que garantimos é que o direito
sucessório dessas permissões no período de validade delas, se acontecer alguma
coisa com o taxista passa-se para a família. Se durante 10 anos, ele usou 2
anos, a família sucede nos 8 anos seguintes”, explicou o senador.
Atualmente há mais de seis mil viúvas de
taxistas no país estão com o carro-táxi e não tem condições de rodar pela
cidade, de acordo com Argello. “Porque a família perde um ente querido, perde a
fonte de renda e ainda fica com a dívida do carro, é o que anda acontecendo”.
A família, por sua vez, tem o direito de emprestar ou alugar sua permissão a pessoas que atendam aos pré-requisitos da profissão. “Só não pode vender”, disse o senador.
A família, por sua vez, tem o direito de emprestar ou alugar sua permissão a pessoas que atendam aos pré-requisitos da profissão. “Só não pode vender”, disse o senador.
Discurso
Em discurso bastante informal, Dilma disse que os taxistas estão presentes no dia-a-dia das pessoas, inclusive na hora de tomar uma “cervejinha”.
"Quantas crianças não nasceram num taxi por esse país afora? Quantas pessoas não foram socorridas por um de vocês? [...] Quantas pessoas mantiveram seus empregos porque na hora que precisou chegar correndo no emprego tinha um táxi para levar? Quantas pessoas também não tomaram sua cervejinha com a segurança de que poderiam tomar um táxi e chegar em casa tranquilo sem ter o risco de passar por um bafômetro?", afirmou, sob aplausos.
Em discurso bastante informal, Dilma disse que os taxistas estão presentes no dia-a-dia das pessoas, inclusive na hora de tomar uma “cervejinha”.
"Quantas crianças não nasceram num taxi por esse país afora? Quantas pessoas não foram socorridas por um de vocês? [...] Quantas pessoas mantiveram seus empregos porque na hora que precisou chegar correndo no emprego tinha um táxi para levar? Quantas pessoas também não tomaram sua cervejinha com a segurança de que poderiam tomar um táxi e chegar em casa tranquilo sem ter o risco de passar por um bafômetro?", afirmou, sob aplausos.
A presidente do Sindicato dos Taxistas,
Maria do Bonfim, afirmou que a aprovação da MP é uma vitória de todos os
sindicalistas. “Muitos pais de família perderam a vida assassinados exercendo a
profissão. Não sabemos se o passageiro que levamos é do bem ou não”, disse
Bonfim. “Hoje vamos ter certeza que um pai de família que perder a vida terá
seu direito garantido.”
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