segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Governo Jatene gasta só R$ 0,33 com cada paraense

Foto: Antônio Cícero/Diário do Pará)
No ano passado, o Governo Simão Jatene gastou com investimentos apenas 33 centavos por dia com cada cidadão paraense. Segundo o Balanço Geral do Estado (que é o documento que registra todas as receitas e despesas do Governo), Jatene investiu, no ano passado, R$ 923.636.005,13.
 
Esses R$ 923,6 milhões divididos pela população paraense (7.581.051 habitantes em 2010, segundo o IBGE) dão um investimento de R$ 121,83 por pessoa (ou, como dizem os economistas, um investimento “per capita” de R$ 121,83). E são esses R$ 121,83, que, divididos pelos 365 dias do ano, resultam em apenas 33 centavos por dia, por habitante do Pará, para investir em estradas, saneamento, abastecimento de água; reformar escolas, construir hospitais, comprar equipamentos para a polícia, por exemplo.

Na verdade, o investimento per capita no governo Jatene em 2012 foi um dos piores do Brasil: o 25º entre os 27 estados da Federação, à frente apenas de Goiás e Rio Grande do Sul.  No entanto, Goiás e Rio Grande do Sul estão entre os 10 estados brasileiros com maior Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), o indicador usado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) para medir o nível da qualidade de vida em cada país. Daí que Goiás e Rio Grande do Sul podem até se dar ao luxo de investir menos do que o Pará, um Estado onde falta quase tudo.

O problema é gestão. É o fato de a máquina pública ser um paquiderme lento, de pouca eficiência”, dispara o deputado estadual Carlos Bordalo, do PT, sobre o baixo investimento do governo de Simão Jatene em 2012. “Em 2011 o investimento foi só da ordem de 3% do orçamento. No ano passado foi de 6%, que corresponde a esses R$ 923 milhões. Mas o aumento não aparece porque os custos são muito altos”, denuncia.

“Foram criadas seis super secretarias, o número de temporários aumentou em mais de 70%. Há empréstimos aprovados na Assembleia Legislativa que o Estado não contrai porque só tem planejamento no papel para quase R$ 500 milhões”, lamenta.

O psolista Edmilson Rodrigues não vê o investimento como baixo, embora admita que o valor seja insuficiente diante das demandas mais urgentes, mas questiona a destinação do dinheiro. “Em Marabá, Santarém, Rio Maria, Paragominas, em todos os municípios que vou, são escolas sucateadas, estradas com pouca trafegabilidade. Foi quase R$ 1 bilhão. É significativo, mas para onde vai? A nova Santa Casa é a primeira grande obra desse governo, sendo que boa parte dela foi paga no governo Ana Júlia. A possibilidade é de esse dinheiro estar sendo empregado para o pagamento de faturas não muito explicáveis, porque não é possível que não se possa ao menos reformar uma escola. E no interior, todas estão precisando de melhorias”, denuncia o parlamentar.

Líder do governo na AL, José Megale (PSDB) diz que é demagogia atacar a administração estadual pelo valor investido enquanto não for revista a realidade da arrecadação do Estado. “E isso não é um problema desse governo, e sim um problema de mais tempo e que precisa da união de todos para que haja uma mudança”, avalia. “Além disso, esse valor não inclui os R$ 2 bilhões aprovados pela Assembleia Legislativa, que o Governo do Estado só não retirou até agora porque estava quitando dívidas junto ao BNDES deixadas pela gestão anterior”, justifica.
 
Fonte: Diário do Pará/ Tapajós em Foco

Nenhum comentário:

Postar um comentário