sexta-feira, 3 de maio de 2013

Índios invadem canteiro de obras de Belo Monte

Índios invadem canteiro de obras de Belo Monte
Cerca de 150 indígenas ocuparam sítio
Cerca de 150 índios de diversas etnias, como Xikrin, Xipaia, Munduruku e Arara, invadiram na manhã desta quinta-feira (2) o sítio Belo Monte, em Vitória do Xingu, sudoeste do Pará. Os indígenas chegaram em quatro ônibus, armados com flechas bordunas, uma arma indígena semelhante a uma clava. Uma parte dos manifestantes entrou no canteiro de obras, enquanto o restante ficou na entrada do local impedindo a entrada e saída de pessoas.Segundo a assessoria do Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM), ainda não se sabe se os índios causaram algum dano à propriedade. Ainda de acordo com o CCBM, a ocupação não prejudicou as atividades, já que a invasão aconteceu no dia do pagamento de funcionários, quando há pouca atividade nos canteiros e a maioria dos trabalhadores se concentra nas áreas administrativas.
 
De acordo com a Norte Energia, responsável pelo empreendimento, os índios vieram da região do Tapajós e ainda não anunciaram qual seria a pauta de reivindicação dos ocupantes.

O Conselho Indigenista Missionário (CIMI), órgão de defesa dos direitos indígenas vinculado à CNBB, divulgou uma carta aberta sobre a ocupação do sítio em Vitória do Xingu. No documento, o CIMI diz que "Vocês (os construtores da barragem) estão apontando armas na nossa cabeça. Vocês sitiam nossos territórios com soldados e caminhões de guerra. Vocês fazem o peixe desaparecer. Vocês roubam os ossos dos antigos que estão enterrados na nossa terra".

O G1 entrou em contato com a Funai, que afirmou não ter informações sobre a ocupação.

Entenda o caso

A usina hidrelétrica Belo Monte está sendo construída no rio Xingu, no sudoeste do Pará. O empreendimento tem oposição de ambientalistas e do Ministério Público Federal, que acredita que a obra irá trazer consequências irreversíveis para o ecossistema da região, trazendo impactos negativos para as comunidades tradicionais que vivem próximas ao local da barragem.

Fonte: No Tapajós

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