segunda-feira, 11 de março de 2013

Como a "inteligência social" pode alavancar sua carreira

Que tal transformar todas as horas gastas em redes sociais num instrumento poderoso para achar uma oportunidade de trabalho incrível? Já pensou em usar sua habilidade como ombro amigo para conseguir um aumento? Habilidades como essas tornam-se competências fundamentais para avaliar sua inteligência social , um conceito novo definido como a capacidade de lidar com as outras pessoas e entender os sentimentos alheios. 

Cada vez mais valorizadas em ambientes de trabalho, as habilidades sociais podem ser a diferença entre crescer profissionalmente ou permanecer estagnado . “Se um gênio acadêmico ou técnico aumenta sua habilidade social, torna-se um profissional imbatível”, afirma Alexandre Bortoletto, instrutor da SBPNL – Sociedade Brasileira de Programação Neurolinguística. 
O conceito é um desdobramento e uma ampliação da teoria das inteligência múltiplas do psicólogo norteamericano da Universidade de Harvard, Howard Gardner. No livro "Estruturas da Mente", Gardner descreve inteligência como a capacidade humana de criar e de resolver problemas e afirma que existem vários tipos de inteligência, todos igualmente importantes.

A teoria das inteligências múltiplas já deu origem a pelo menos um best seller, " Inteligência emocional ", de Daniel Goleman, que fez sucesso nos anos 1990 .

Nesse seu novo livro “ Inteligência Social ”, Daniel Goleman, afirma que o modo como interagimos influencia nosso comportamento e o funcionamento do corpo, com impactos até na neuroquímica do humor, por exemplo. Além de literalmente, fazer bem para nós, valores positivos, como empatia, altruísmo e generosidade têm poder de nos conectar com outras pessoas e trazem ganhos sociais. E a melhor maneira de desenvolvê-los é praticando. “Mudanças grandes de ambiente são necessárias para desenvolver habilidade sociais”, diz Bortoletto.

A professora doutora da FEA-SP e coordenadora do Programa de Vida e Carreira, Tania Casado, no entanto, embora cautelosa em relação a 'termos da moda', concorda. Habilidades sociais, interesse pelos outros e capacidade de estabelecer relações são e sempre foram importantes nas empresas.

Agora preste atenção nas dicas dos especialistas para melhorar suas habilidades sociais no trabalho
 
Tente imaginar como as pessoas vêem você
 
Não existe um padrão para uma apresentação pessoal correta: isso depende do meio profissional. Terno bem cortado, postura e linguagem formal podem destoar num ambiente mais descolado, como uma agência de design. A regra é mimetizar. Se quiser ser sempre convidado para o almoço com o pessoal do escritório (e lembrado em projetos e indicações para vagas no futuro), preste atenção na forma que as pessoas se vestem, falam e os assuntos preferidos. Mesmo que não sejam os seus, vale a pena fazer pequenos ajustes.

Além do networking, tente causar impressões positivas
 
Fazer e manter contatos profissionais são componentes da inteligência social, mas não dizem tudo. Todo contato precisa ser associado a uma experiência positiva com o outro. Emails ou ligações inconvenientes podem mais fazer estrago do que trazer benefícios. 

Ter um elogio pertinente a algum trabalho recente na ponta da língua ou fazer um comentário interessante podem ajudar o outro a lembrar de você positivamente. “Não significa bajular. A melhor forma de não ser mal interpretado é ter um plano de ação para seu crescimento pessoal”, diz Richeli Sachetti, coach e instrutora da Sociedade Brasileira de Coaching.

Empatia é a palavra-chave para se aproximar de alguém. “Se uma pessoa que fala muito rápido, ao conversar com uma outra, que fala muito devagar, conseguir desalecerar, também vai conseguir entrar na mesma sintonia do outro”, lembra Alexandre. É o tal do “rapport”, expressão francesa que significa estabelecer uma conexão. Uma dica de João Oliveira é escutar mais do que falar. “A briga começa porque alguém interrompe o outro. Quem tem escuta passiva é amigo de todo mundo”, diz o especialista.

A professora Tania Casado lembra que o sucesso de uma rede profissional depende da simetria na relação.

“Ninguém constrói uma rede sem ter reputação e reciprocidade. Não adianta querer que a rede se mobilize a seu favor, se você não se coloca a disposição dela”, afirma. Ou seja, é preciso ser generoso e disponível para poder contar com os outros. “Isso transmite éticas e valores, porque ninguém chega lá sozinho”, lembra Sachetti.

Mantenha-se conectado com o mundo e use as redes sociais com inteligência
 
Redes sociais são uma ótima oportunidade para alimentar a engrenagem social a favor da carreira. São um poço de informações sobre cultura organizacional das empresas, perfis profissionais e pessoais, que podem ser usadas para estreitar laços e se adaptar a ambientes. Como num happy-hour, o clima é informal e mais próximo, mas deve-se ter cuidado com gafes, já que o vexame online nem sempre pode ser deletado.

É importante saber ser relevante também. “Quem não tem algum amigo que só posta bobagens? Correntes, solicitações, recomendações: as pessoas perderam a noção e abusam, tratam a rede de relacionamentos com pouco respeito”, afirma Tania. Postar conteúdo de qualidade e ser atencioso com as pessoas é o melhor caminho para se tornar referência e ganhar influência.
 
Descubra o que o seu corpo fala
 
João Oliveira, autor do livro “ Saiba Quem Está à Sua Frente ” (Wak Editora), é especialista em linguagem corporal e dá cinco dicas para você pôr em prática no trabalho. “A mais importante é mover menos as mãos. Quem mexe muito as mãos demonstra ignorância linguística, faltam símbolos verbais” , diz Oliveira. Sorrir é importante, mesmo que o sorriso não seja 100% espontâneo. “As pessoas correspondem”, diz. Mantenha a postura e o ângulo da cabeça em 90º. “Isso demonstra que você é seguro de si.” Ao andar, o ideal é não balançar os braços. Por fim, numa entrevista ou reunião, não bloqueie com bolsa e objetos o caminho entre você e o interlocutor.

Saiba falar, ouvir e, sobretudo, perguntar

Feedback no fundo é como um jogo onde é preciso saber falar, ouvir e perguntar. “Se eu me relaciono bem, escuto melhor meu colega, recebo e dou feedback melhor”, afirma Bortoletto. Richeli Sachetti, coach e instrutora da Sociedade Brasileira de Coaching, afirma que muitas vezes saber onde melhorar é um enigma. “Quando a pesssoa não sabe em qual aspecto ela precisa melhorar, precisa pedir feedbacks específicos” , diz Sachetti. Em outras palavras, quanto mais concretos os exemplos de atitudes e comportamentos que devem ser trabalhados, maiores as chances do feedback trazer mudanças concretas. É preciso saber falar e ouvir de forma racional, de maneira não ofensiva e sem levar comentários para o lado pessoal. “Receber e dar feedbacks são dois lados do mesmo aprendizado. Quem sabe receber críticas e feedback também sabe dar feedback. Eu melhoro para ouvir quando eu aprendo a falar”, recomenda Bortoletto.

Fonte: IG


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