O Sr. DUDIMAR PAXIUBA (PSDB-PA) pronuncia o seguinte discurso:
Senhor
Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, volto a abordar desta
Tribuna a questão da garimpagem no Rio Tapajós. Na sessão do dia 15 de outubro,
segunda-feira, manifestei minha preocupação pela forma como tem se
desenvolvido a atividade garimpeira no município de Itaituba,
especialmente a realizada através de balsas e dragas escariantes,
diretamente no leito do Rio Tapajós.
Gostaria
de esclarecer de uma vez por todas que não sou contra a garimpagem como
maldosamente, tentando esquivar-se de suas responsabilidades, elevam-se
algumas vozes, quase sempre as mesmas, que teimam em flertar com a
ilegalidade. É bom registrar que já fui garimpeiro, na década 80, sendo
exímio conhecedor de todo o processamento da atividade extrativista
mineral desenvolvida na região do Tapajós.
Registro
também que tenho inúmeros amigos garimpeiro. Entretanto, prevalecerá
sempre o interesse coletivo e o respeito e cuidado pelo meio ambiente e
recursos naturais que são bens preciosos oferecidos pelo planeta. A
principal motivação de minha preocupação é o fato de que nossas reservas
naturais estão sendo depredadas com uma rapidez impressionante.
Importante
ressaltar que os garimpeiros, em muitos casos são também vítimas dessa
garimpagem ilegal. Alguns enriquecem com a desgraça dos chamados
escavadores da terra. Quem banca essa garimpagem ilegal sempre passou
incólume, pois sempre se prevaleceu do discurso de que esse tipo de
garimpagem é a unida saída para a combalida economia do município de
Itaituba. Discordo deste ponto de vista, no meu entender há outras
alternativas econômicas que respeitem o estado democrático de direiro.
Condeno
o garimpo predatório que considero algo como pré-histórico. Defendo,
intransigentemente, um exploração mineral organizada, com respeito às
leis ambientais, recolhendo os impostos devidos e gerando emprego, como
ocorre em outras regiões. Atrevo-me a dizer que o garimpo predatório
poderia até estar servindo para fomentar o contrabando de nossas
riquezas minerais. Não queiram, alguns paladinos da verdade, confundir a
opinião pública na ânsia de defender a garimpagem ilegal, colocando-a
como algo benéfico para Itaituba, quando na realidade não é.
Creio
que devamos lutar para garantir a sobrevivência do planeta e,
consequentemente, a nossa sobrevivência, essa é nossa obrigação e nosso
dever. E só conseguiremos atingir esses objetivos se conservarmos os
recursos naturais. Por conseguinte, sou defensor intransigente do
desenvolvimento sustentável.
Há
necessidade de consolidarmos no município de Itaituba, novos modelos de
desenvolvimento sustentável que exijam a construção de alternativas da
utilização dos recursos orientadas por uma racionalidade ambiental.
Tenho observado que a destruição da natureza, base da vida, através de
contaminação e degradação de nossos ecossistemas, cresce
vertiginosamente, razão pelo qual se torna necessário reduzir o impacto
ambiental pra chegarmos, preferencialmente a curto prazo, a um
desenvolvimento ecologicamente equilibrado.
Sou
consciente de que o extrativismo mineral é responsável por parte
significativa da economia privada do município de Itaituba. Entretanto,
como explicar o fato do município nada arrecadar em decorrência dessa
produção aurífera? Tem-se que admitir, portanto, que os órgãos
competentes não mantêm o controle devido e necessário sobre as
atividades desse setor produtivo.
Afinal,
o que a sociedade itaitubense espera é que a garimpagem ilegal e
predatória seja definitivamente proibida, dando lugar a uma garimpagem
dentro dos padrões gerais de legalidade e regulamentação, pois já
pagamos um preço altíssimo, até com vidas, e um passivo ambiental
incalculável.
Chegou a hora de moralizarmos as atividades econômicas no município de Itaituba, começando pela garimpagem.
Requeiro a publicação do presente pronunciamento nos meios de comunicação da Câmara dos Deputados e no programa “Voz do Brasil”.
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