Após o conflito entre policiais federais e índios na região do Teles
Pires em Mato Grosso que resultou na morte de um índio alvejado por
disparos de fuzil e outros 2 indígenas gravemente feridos, a Polícia
Federal (PF) suspendeu temporariamente a Operação Eldorado que foi
delflagrada na terça-feira (06) para combater a extração ilegal de ouro
em terras indígenas.
A ordem para a suspensão das atividades
partiu da direção nacional da PF em Brasília. Enquanto isso, a
superintentência da PF em Mato Grosso continua aguardando novos
procedimentos da Capital Federal para só então decidir como pretende dar
continuidade às diligências, uma vez que as ordens judiciais precisam
ser cumpridas.
Na batalha travada entre índios e agentes da PF na
manhã desta quarta-feira (07), pelo menos 2 policiais federais também
sofreram ferimentos leves causados por flechas disparadas pelos índios
que tentaram suspender a ação da PF e impedir que continuassem
explodindo e afundando as balsas usadas na aldeia para dar suporte à
extração ilegal do ouro. De acordo com a assessoria da PF em Mato
Grosso, os 2 agentes feridos passam bem. O índio morto no conflito foi
identificado como Adenilson Crishi Munduruku. Ele foi baleado no
confronto e ficou desaparecido por algumas horas. Seu corpo foi
localizado na manhã desta quinta-feira (08).
O coordenador da
Fundação Nacional do Índio (Funai) da região, Clóvis Nunes acompanha os
desdobramentos do caso. Contudo, ele não foi localizado pela reportagem
para comentar quais as providências que o órgão pretende tomar diante
da morte de um índio e outros 2 feridos em estado gravíssimo e
transferidos do Hospital Regional de Alta Floresta (803 Km ao norte da
Capital) para o Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá na manhã desta
quinta-feira.
Sobre o andamento da operação, a assessoria da PF
informou que tudo dependerá dos procedimentos que serão adotados pela
direção do órgão em Brasília. Mas o fato é que os mandados expedidos
pela Justiça Federal de Mato Grosso a serem cumpridos em Mato Grosso,
Pará, Rondônia, Amazonas, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul
incluem a destruição de balsas e qualquer outro equipamento utilizado na
extração ilegal do ouro. Dessa forma, após os ânimos se acalmarem e a
tensão na região de Alta Floresta for controlada, a operação deverá ter
continuidade para tornar inutilizáveis essas embarcações.
Conforme
a Polícia Federal, em 10 meses de investigação, foi possível constatar
que uma das empresas distribuidoras, das 3 envolvidas no esquema,
movimentou mais de R$ 150 milhões oriundo da venda do ouro extraído e
cormercializado de forma irregular. Ainda conforme a PF, os 17 indíos
detidos e levados para prestar esclarecimentos em Sinop continuam sendo
ouvidos. Até o momento, foram cumpridos 17 dos 28 mandados de prisão
temporária, 64 de busca e apreensão e 8 de condução coercitiva expedidos
pela Justiça Federal.
Fonte: Gazeta Digital
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