O
reforço policial enviado para Jacareacanga, no sudoeste paraense,
deverá chegar ao município ainda nesta semana. Segundo informações da
Polícia Civil, o efetivo aguarda, em Itaituba, a chegada da Polícia
Federal e de representantes da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e da
Procuradoria Federal, que já têm experiência na negociação com
indígenas. Um inquérito foi aberto para apurar o incêndio no quartel da
Polícia Militar na cidade, ocorrido na madrugada da última
segunda-feira, 2. Pelo menos 50 índios da etnia Munduruku teriam
participado do ato.
De acordo com o diretor de Polícia do interior, da Polícia Civil, Silvio
Maués, a situação no município está controlada, porém todo o Sistema de
Segurança Pública do Estado está em atenção. “Há uma resistência muito
grande dos indígenas em relação à Polícia, mas estamos acompanhando a
situação e, em parceria com a Polícia Federal, a Funai e a Procuradoria
Federal, deveremos restabelecer a ordem na cidade”, informa o delegado.
A equipe mobilizada para o local é composta por um delegado, um
escrivão, dois investigadores de Itaituba (município vizinho) e 30
policiais militares de Belém. O inquérito instaurado pela Polícia,
segundo o delegado, busca identificar os responsáveis pela invasão, pelo
incêndio e pelo roubo das armas - duas carabinas e um revólver calibre
38 - que estavam armazenadas no destacamento da Polícia Militar.
O delegado geral da Polícia Civil, Nilton Atayde, afirma que,
identificados os responsáveis pelo atentado, as medidas legais devem ser
aplicadas a partir de uma perícia antropológica. “A partir da
identificação dos responsáveis, vamos aguardar um posicionamento da
Funai e o resultado de uma perícia antropológica, para saber se os
índios entendem a nossa cultura e, também, se estão integrados à ela. E
os responsáveis vão responder, sim, por esse ato”, assegurou Atayde.
Segundo ele, o município de Jacareacanga deverá receber uma unidade da
Polícia Civil até o início do ano que vem. Nilton informa que o projeto
de implantação dessa unidade já está sendo desenvolvido e que um
processo licitatório neste semestre deverá definir a construção do
prédio.
Atentado: Durante a invasão, o grupo de indígenas teria retirado o
armamento e se confrontou com os policiais militares, que deixaram o
local para evitar o conflito. Em seguida, os manifestantes atearam fogo
no destacamento. Ontem pela manhã, os índios ainda voltaram para
derrubar as paredes do prédio, já destruído. Um policial militar que foi
atingido por uma flecha no braço passa bem.
Segundo informações coletadas pela polícia, os manifestantes
participavam de uma mobilização política no município e teriam se
reunido para protestar contra a decisão da Justiça de liberar os
suspeitos da morte de outro indígena. Ainda pela manhã, a Polícia Civil
entrou em contato com a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e a Polícia
Federal para atuar dentro das respectivas competências.
Fonte: Agência Pará
Fotos do Blog do Junior Ribeiro
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