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quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Movimentos sociais condenam a construção de hidrelétricas no Tapajós

Um seminário realizado segunda-feira (12) no Parque de Exposições Agropecuárias em Itaituba, colocou em pauta, a construção de hidrelétricas no rio Tapajós. O assunto foi discutido pelos representantes de sindicatos, associações, instituições de defesa do meio ambiente, trabalhadores da agricultura e populações ribeirinhas que integram os movimentos sociais da região.
De acordo com Matheus Waterloo, coordenador do Fundo Dema, os movimentos sociais reivindicam do governo federal, informações, esclarecendo os benefícios sócio-econômicos com o advento da construção da hidrelétrica em São Luiz do tapajós, bem como os impactos ambientais.
Hidrelétrica de São Luiz do Tapajós - O governo federal pretende realizar a licitação da concessão do complexo hidrelétrico no rio Tapajós em junho de 2010, de acordo com o presidente da Eletrobrás, José Antonio Muniz Lopes.
Belo Monte, no rio Xingu, terá capacidade para gerar 11,2 mil megawatts e o complexo de Tapajós, composto por cinco usinas - São Luiz de Tapajós, Jatobá, Cachoeira dos Patos, Jamanxim e Cachoeira do Caí -, 10,6 mil megawatts. “A primeira a ser licitada será a usina de São Luiz de Tapajós (6.300 MW)”, informou Lopes.
O complexo de Tapajós, projeto elaborado na década de 1990 e orçado em torno dos R$ 30 bilhões, vai empregar o sistema de hidrelétrica-plataforma, ou seja, construída no meio da mata e sem formação de cidades em volta, o que trará menor impacto ao meio ambiente, segundo a Eletrobrás.
Para o pesquisador da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) Wallice Paxiúba Duncan, doutorando em Ecologia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), afirma que a construção de uma hidrelétrica na comunidade de São Luiz, em Itaituba, anunciada pelo governo federal, será um golpe fatal no rio Tapajós.
Uma condição adversa apontada por Duncan, que, aliás, é itaitubense, é a barragem que poderá impedir a piracema. Peixes migradores que desovam nas cabeceiras dos rios poderão desaparecer daquele local. Os prejuízos deverão ultrapassar a pesca e o comércio do pescado, fonte de renda das populações tradicionais do rio Tapajós.

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