domingo, 11 de agosto de 2013

O Habitante dos nossos corações (Para sua reflexão)

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. E o Verbo Se fez carne, e habitou entre nós”. João 1:1-14.
 
Tendo a glória por vestidos, e os anjos por seus servidores, Jesus é antes que o tempo existisse. Mas meditemos: «Se fez carne, e habitou entre nós”. Bendito seja Ele, «que sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas aniquilou-se a Si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-Se semelhante aos homens; e, achado em forma de homem, humilhou-Se a Si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz».

Quem poderá esquecer o Amor quando na mansão celeste Se despiu da glória, e na terra Se vestiu de nossa pobre humanidade, mas sem pecado? Entremos no recôndito de Seu coração; refugiemo-nos na profundidade de Seus ferimentos, e Ele, o Verbo, nos exprimirá o pensamento do Eterno.

«Habitou entre nós». Isto nos revela muito. «Pois que Deus olhou desde os céus para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus. Porém, desviaram-se todos e juntamente se fizeram imundos». Pelo que disse: «toda a cabeça está enferma e todo o coração fraco. Desde a planta do pé até à cabeça, não há neles coisa sã, senão feridas, e inchaços, e chagas podres». E o mundo de hoje é o mesmo! Jesus, o Santo, o Amado de Deus, desceu até nós, enfermos, trazendo-nos dos céus o que o pecado nos havia roubado.

A Sua vinda mostra-nos Deus vindo ao encontro do pecador; os céus ao encontro da terra; a glória ao encontro do pó; a Salvação ao encontro da alma. Deus.

Jesus habita entre a humanidade enferma. Ele cuida de nós, minora nossos sofrimentos, traz-nos o bálsamo que nos suaviza e cura. E, ao mesmo tempo, Sua mensagem é outro lenitivo que nos mitiga a dor.

«O Espírito do Senhor é sobre Mim, diz Ele, pois que Me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-Me a curar os quebrantados do coração». Assim no vale tenebroso do mundo, onde pairavam as sombras da morte, brilhou a Luz da Vida que se tornou, para o crente, a estrela mais alta no firmamento da fé.

Oh, na Sua promessa temos a nossa esperança; em Sua vinda a nossa paz; em Seu sofrimento o nosso refrigério; em Sua sepultura a nossa ressurreição!

Apesar de estarmos num mundo de dor, temos gozo, pois que «pelas Suas pisaduras fomos sarados».  Há enfermos cujas esperanças de cura se dissiparam, mas vão tomando sempre remédios afim de,  irem passando.

Semelhantemente, o homem que não confia no sangue do Filho de Deus para a sua salvação, é um enfermo que vai passando com um pouco de religião, mas talvez que se não livra da morte eterna.

Oh, pára, medita; não transponhas os umbrais da Eternidade sem o Salvador! No Seu sofrimento tens o refrigério; na Sua morte tens a vida. Foi Ele Quem te substituiu no altar da Cruz; aquilo que a Justiça divina exigia de ti, só Ele o pôde satisfazer; a tua alma, que por causa do pecado tem sido a tristeza de Deus, pelo Seu sangue ficará mais alva que a neve. Tem-LO bem próximo de ti: «Ele habitou entre nós». Ninguém conhece a nossa penúria senão Ele; e ninguém está tão perto que ouça os nossos gemidos e nos possa socorrer senão Ele, pois «veio para que tenhamos vida e a tenhamos com abundância».

Mas a missão de Jesus não consiste só nisto. Ele veio para salvar os pecadores, mas precisa habitar na nossa vida como prova de que tudo que somos e temos Lhe pertence por direito.

O grande apóstolo diz: «Que Cristo habite pela fé nos vossos corações: fim de, estando arraigados e fundados em amor, poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e altura, e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus”.

Cristo, como um homem que compra uma casa em segunda mão, também nos libertou daquele a quem Adão nos vendeu, comprando-nos com o preço de Seu próprio sangue.

O novo dono não encontra a casa como quer, e por isso tira dela tudo que não lhe agrada, limpa-a bem, e dá-lhe um aspecto diferente do anterior.

«E o sangue de Jesus que nos purifica de todo o pecado» que ocupa os nossos corações; e, em cooperação com o Espírito Santo, nos faz novas criaturas.

Aquele dono, depois de esvaziar a casa não vai deixá-la sempre assim. Arranjará mobília a seu gosto, e conforme precisa, e a porá na sua casa. Assim, Jesus, nunca deixa uma vida que Ele salva, vazia; mas enche-a do Seu Espírito, do Seu amor, da Sua graça, da Sua mansidão e da Sua alegria, fim de que Ele mesmo possa ter alegria em nós.

Mas agora falta alguma coisa que não é a menos importante. Este dono fez sacrifício para comprar a casa, para a limpar e mobilar. Portanto, agora, tem o direito de procurar sempre nela: conforto, descanso e alegria.

Não é da vontade do Senhor que nós, depois de salvos, continuemos a dar-Lhe trabalhos e tristezas; mas que nos ponhamos ao Seu dispor para ter nos nossos corações: verdadeira habitação, conforto, e alegria.

«Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo», diz o Senhor, nosso Salvador. 
 
Fonte: Revista Refrigério

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