Na porta da escola, a comemoração é geral. “Ah, é feriado! Ah, é feriado!”, gritavam, em coro, um grupo de alunos. A garotada só volta às aulas na semana que vem. Nos escritórios, a mesma alegria. “Está bom demais. Só neste mês de abril, a gente tem três feriados”, comemorou um funcionário.
No Rio de Janeiro, além dos feriados nacionais, na semana que vem tem também um feriado estadual, em homenagem a São Jorge. Mas o governo do estado aprovou recentemente uma lei proibindo a criação de novos feriados. A preocupação tem fundamento: uma pesquisa da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) mostrou quanto custa cada feriado no Brasil.
A economista Luciana de Sá, que coordenou o levantamento, diz que as perdas com os feriados podem chegar, em 2009, ao valor assustador de R$ 155 bilhões. Para se ter uma idéia, é mais do que o orçamento do governo para educação, saúde e o Bolsa-Família juntos.
“Os feriados nacionais caem majoritariamente em dias de semana, especialmente nas terças e quintas-feiras, o que acaba levando a enforcamentos, o que faz com que os negócios deixem de ser realizados nesses dias. A gente perde ainda mais atividade econômica”, explica Luciana.
Em 2008, dos 11 feriados nacionais, 4 caíram no fim de semana. Em 2009, só vai ter um feriado no domingo. E tem ainda os feriados estaduais: 39 ao todo. O maior número de feriados é no Acre: são quatro. Não há levantamento sobre os feriados municipais.
No comércio, a loja fechada afeta o bolso. “Nós dependemos também da comissão. Nós dependemos do trabalho”, afirmou o vendedor Wilce dos Santos. “Já está brabo. Com três feriados em cima, complica”, acrescentou um colega de Wilce.
A Federação do Comércio do Rio de Janeiro fez as contas: em cada dia parado o setor perde R$ 4,5 bilhões no país inteiro. Mas quem ainda não precisa ganhar dinheiro só quer aproveitar a folga. “É bom descansar em casa. É bom descansar um pouco”, diz um estudante.
Jornal Nacional
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