quinta-feira, 2 de abril de 2009

Descaso, pobreza e escravidão nos garimpos de Itaituba

Roberto Mangabeira Unger, visitou nesta terça-feira 31 de março o Garimpo de Bom Jesus, em Itaituba, no Oeste do Pará.

‘Uma ferida aberta da Amazônia e do Brasil’, assim o Ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República se referiu a situação encontrada no Vale do Rio Tapajós, no Pará, área onde se localizam os maiores garimpos do Estado.
A região é de difícil acesso. Depois de voar até Itaituba a comitiva da Secretaria de Assuntos Estratégicos foi levada por um helicóptero da Força Aérea Brasileira até Bom Jesus.Os trabalhadores que atuam no local já estavam mobilizados quando Unger chegou à localidade.

O encontro foi marcado por diversas denúncias contra o dono do garimpo.


“Eu estou 8 meses dentro do mato. Fui uma das primeiras a chegar aqui. A gente sofre demais. Pega malária. Eu já tive 13 depois que cheguei. É muito sofrido.” Contou uma mulher.
No lugar trabalham cerca de duas mil pessoas, apenas dez retiram do solo quantias razoáveis de ouro. Os outros garimpeiros mal conseguem sobreviver com o dinheiro ganho.
A ameaça de malária é constante. Quem adoece sofre mais ainda. O único transporte é aereo.

“O avião só chega aqui se tiver porcentagem, se não tiver ouro ele não vem. Quando alguém adoece morre aqui mesmo porque a maioria não tem dinheiro para pagar o vôo até a cidade mais próxima.” Relatou um trabalhador.
Os garimpeiros geralmente ficam em barracos no meio do mato. Para encontrar o filão de ouro trabalham de 2 à 5 meses cavando buracos de até 14 metros. Tudo o que encontram tem que ser dividido com o dono do garimpo.As observações durante a visita aos garimpeiros viraram tema de um debate com autoridades locais e com lideranças comunitárias.

A reunião entre prefeitos e governo do estado resultou na criação de medidas que modificarão o setor de mineração na Amazônia. O objetivo é regularizar a lavra mineral, providenciar uma justiça itinerante nos garimpos, para que os trabalhadores conheçam e tenham seus direitos respeitados e assegurar assistência médica hospitalar, previdenciária e trabalhista.

“O estado precisa se fazer mais presente. A situação em que vivem esses garimpeiros é muito sofrida. O garimpo, essa ferida, pode sim ser convertida em uma oportunidade transformadora.” Comentou Unger.

A visita do ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos reacendeu o debate sobre a questão social, ambiental e trabalhista na região de garimpos. A expectativa é que em breve um novo modelo de mineração seja implantado na Amazonia.
No Tapajós Com informações de Cassiélle Rangel

2 comentários:

  1. Anônimo16/4/09

    Garimpeiro é bobo mesmo, é so ver estes caras de gravata, que vai logo reclamando, estes pessoal só vão aí p/fazer politica, estão pouco se lichando c/ voces.

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  2. Estou a procura de meu avô! ele trabalhava em um garinpo em Itaituba, o nome é Antonio Cardoso Bezerra ele é natural de São Paulo do Potengi e saiu daqui em mais ou menos 1973. Quem conhecer ou se interessar pelo caso enivia um e mail para iulle_b@hotmail.com! Ai detalho mais este caso! Agradeço!

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